Tenho andado passo pequenos no mesmo lugar...
Um caminho reconhecível por qualquer um e qualquer que seja a tristeza é só tristeza que não passa e se afunda e me afunda como se eu a irritasse por querer ser feliz.
Sabe quando você sempre espera que amanhã não esteja mais entre as pessoas que ama e por isso você se despede delas tantas vezes quanto pode, só para ter a consciência limpa de que partirá livre...
De alguma forma isso me prende...
Façam silêncio... Lembra-se? Eu pedi silêncio e agora acho que era para ouvir as batidas do meu coração...
Os dias foram cruéis e bons conosco. Nos amamos e falamos besteira... Nos odiamos e falamos mais besteira...
No fim das contas, acho que é o que restou de nós...
As besteiras.
Pedir perdão agora é difícil, eu sempre crio expectativas onde não deveria criar e sempre penso coisas que não deveria pensar e sempre estou em lugares que não deveria estar... É um ciclo. Infindável, como vimos outrora.
Na verdade, uma necessidade inóspita de pertencer,
... ser e vivenciar as coisas sem saber,
... de onde vem essa vontade,
... de quem nasce e porque nasce.
Dedos nervosos os meus...
Digitam as palavras que não saem da mente para não perturbar os outros que me cercam.
Sim, eu falo demais. Uma porção de coisas que não faz sentido. Um quebra-cabeças que é melhor e mais bonito, quando está desmontado.
Também... que graça teria montar um grande quebra cabeças só. No fim, não ter com quem comemorar o trabalho pronto e a obra descoberta é triste, frio...
E embora eu viva nesse ambiente não é isso verdadeiramente que gostaria para mim.
Se acostuma a ser assim, pela necessidade.
Darwin diria melhor, mas sinceramente... Não me encanta a evolução (Não nesse momento, outrora pode ser.)
Enfim, de coisas inabitáveis, frias, irritantes, resta-me eu mesma.
Frente ao espelho, encaro-me...
E aí? Como vai a vida?
Não precisa responder. Sabemos e compreendemos as respostas melhor do que ninguém...
Bom vê-la, alma minha...
Está confortável?
Espero que sim, deixei um espaço enorme pra você. Está entre você mesma e a minha pele, dói as vezes, mas é um grande espaço para estar inabitável. Se puder se expandir, preencha-o por completo. Expulse o vazio que se apoçou de lá se pedir permissão as proprietárias.
Depois...
Sentemo-nos na areia e observemos o ir e vir das ondas, como nossos pensamentos, nossas angústias...
... nossos anseios...
... nossos medos...
... nossas alegrias...
... nossos amores...
... nossas agonias...
... nossas...
nossas...
...nossas
nossas...
Elas vão e vem, pela manhã, tarde e noite
Quer o tempo que dure,
Quer a verdade que trazem,
Quer seja o que sejam,
Elas vem...
Besteira nossa, doer-se por algo tão previsível.