terça-feira, 31 de maio de 2011

Versos prontos...

E quando se lembrarem de mim, lembrem-se que tive versos prontos, enlouquecidos, desvairados, descontentes, em contenção dentro de mim...Lembrem-se das minhas pobres falas, os meus imensos e desgostosos dias de pura insignificância de ser...Lembrem-se das vossas falas duras, atribuindo a este ser quase animado adjetivos de ser inanimado, decidindo-me se presto ou não...Lembrem-se que não fui nada, além de uma procura incansável de ser...E lá vai a alma... Minha alma...Que dizer agora?Que adiantam tantas lembranças alma se no fim das contas, quando todos os meus "lembrantes", estiverem mortos, morrer-se-ão também minhas fúteis e desonestas lembranças...Lembranças...Lembrar...Lembro...Lembrei que era bom ser viva, mas as vezes não me sentia assim... As vezes eu me sentia luto de mim mesma. E o que dizer agora?Não guardo rancor dessa postura... Não guardo... Não...
Não guarde também... Só não pude dar conta mais de não ser deste mundo, dessa história, esse contexto, as frases, as palavras, as...
...
...
Letras!
Vivi de mim todas as intenções, mas não me couberam, não me davam, não me encaravam... Tive de me esconder, me refugiar... 
Ahh!! Eu não queria... Preferia ter sido poetisa dos tempos! Nobre! Deleitando-me nas letras, inventando um signo, vivendo um mito, abraçando a causa, morrendo de bravura por dissecar palavras...
E agora? Justo agora... Não sei morrer... Engasgo uns versos, trejeito umas palavras, desejo partir, mas não me cessam... as palavras!!
Desgraçadas!!
Traidoras!!
Loucas!!
Sedutoras!! 
Para dormir, seriam estes versos... 
Mas a onda vem e vai... O dia passa... Você passa... Minha alma passa... E não sei cessar-me as palavras...

domingo, 29 de maio de 2011

Vem...

Muitas vezes, o caso não será de encontrar a pessoa amada, mas de encontrar-se na pessoa amada.
E pode ser que eu me pergunte: "Até quanto estou disposta a isso?" e "Porque estou disposta a isso?"
No fim dos fatos... Nós nem temos que nos tolerar, mas já que nos coube esta opção, será de grande relevância cobrarmos de nós o mínimo de respeito entre nós, para manter nossa dignidade intacta... Ou pelo menos o que restou dela...
Eu não sabia disso quando todas as coisas aconteceram... Nessas terras... Confesso que sempre fui, serei eternamente estrangeira... Diga-me você as doçuras que quiser... Em terras de amor, sou sempre estrangeira.
Me deleito nestes versos para dizer tantas coisas que talvez não signifiquem nada e sinceramente não me preocupo em significar nada.
Éh... Busco asas para abrir... Um investimento grotesco para um sonho pobre como o meu... Querer alçar vôo para fugir do que habita minha rede...
Joga fora a tua sanidade e vem!
Joga fora a tua certeza e vem!
Descobre o teu dom e vem!
Calça esse circo e vem!
Seja livre e vem!
Ah... Sem sentimentalismo... É sério... Abraça a tua loucura e vem...Vem... vem...ve...v... ....

Tango...

Lembro-me... Acho...
Sentia seu pulsar sobre o meu corpo nu.
Lembro-me... Acho...
Sentia sua pele queimando a minha.
Lembro-me... Acho...
Acho... Que nos amávamos vorazmente naquela noite.
Não sei bem as palavras que trocamos, recordo-me apenas o seu toque... Aquela abraço, onde morei segura por alguns breves momentos. Eu não pensei que teria isso de novo e temi, estar abraçando mais uma alucinação de tantas outras que iam e vinham em minha mente...
Encantadoramente...
O que me excitava eram seus olhos, caçando-me como se eu fosse seu único melhor momento de toda uma vida. Eu quase não respirava mais, mantendo presas em mim gotículas da sua essência aspiradas da sua pele.
Vi você sentir minha textura e analisar-me como um artista, um escultor poderoso por saber seu o corpo que possuía.
Desenhando meus traços prontos em um virgem lençol... Inocente testemunha do que fomos, somos e seremos nesse laço de sedução a que fomos nos encontrar sem desejar se encontrar.
Beija os meus seios e suga-me a alma...
Prova meu veneno e embebeda-se nos meus trejeitos...
Agarra-me a carne, rasgando-a e devolvendo-a ao seu princípio de intocabilidade...
Transpiro para vos fazer saciar a sede em meu suor... Não temo...
Beijo-te... Arrepiando cada medida da sua pele, muito mais a minha...
Encaro-te.
Nos teus olhos vejo teu desejo primitivo de ter-me em ti.
Dentro dos meus olhos, buscas a permissão... Sinto-me intimada a ceder-lhe...
Queimo! Vibro! Arrepio! Penetra-me o teu desejo. Encara-me. Prendo-te as minhas notas em voz de bronze... A quem pertenço? A quem pertenço? A quem nos pertenço?? Tem-me. Tenho-te.
Harmônicos... Jamais se ouviu, ouvirá ou se viu, virá na música tamanha virtuosidade...
Toca-me!
Toca-me!
Encara-me.
Aviso, restam-me instantes apenas dessa sedutora agonia...
Teus olhos, tuas notas me dizem o mesmo de Ti.
Beija-me. Suga-me...
"És ... minha?"... ..."Sim..." ... ... "Sou teu..."
Perco-me... Provo-te aqui dentro... Escandalizo-me no teu grito...
Um misto de vida e morte, eclodindo, domando-nos, invadindo-nos e se esvaindo simultaneamente ao seu chegar em nós. Donos de uma única sensação... Vivenciável apenas por nós... Frenesi... Coisa avassaladora...
E me vejo de repente dentro do teu afago... Sorrindo-me... Cansado... Satisfeito... Chorando... Acariciando-me... Sinto-te... Beijo-lhe para conferir se ainda é meu o que me provara... E sinto... E quero essa pertença de...
Um tango...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

In off...

Oi. Tudo bem?
Oi. Tudo e você?
Vamos indo.
Sempre né? Porque fazemos isso?
Bem... Não sei... Tento entender... Tento não fazer... Faço... É quase um vício... Vamos caminhando, mas tenho medo dessa caminhada... Medo de onde vai dar...
Bem... Também... Eu... ... Tenho tanto medo quanto você... Confesso que não saber o amanhã me frustra e me desestagna...
E se morressemos?
Seria melhor?
Não sei... Para Romeu e Julieta foi... Talvez seja ainda...
Mas não temos que fazer isso pelo outro. Temos?
Verdade...
E nessa modernidade toda. De repente se eu morrer e você não tiver coragem de morrer em seguida...
O que é? Não confia em mim?! Tanto tempo juntos e você não confia em mim?
Não é isso... Não é... Não sei explicar... E se eu não te encontrar do outro lado, como tantos nos disseram?
Mas se morrermos, não é para não termos que nos decidir se ficáremos ou não juntos? Não é para de tirar de nós o peso dessa decisão?
...
...
...
E então?
...
As vezes, penso que me decidi... Mas algo em mim luta para dizer-te não... Me sinto dopado e sem ação para responder a você o que é certo dentro de mim... Pelo menos dentro, entende?
Olha pra mim... Ainda estou aqui... Ainda sou eu do que fui, do que pretendia ser sendo sempre...
Em que tempos nos perdemos?
Sei bem, que foi antes de nos perdermos um do outro... Antes mesmo já nos encontrávamos perdidos nesse espaço antagônico de ultrajes, farsas, máscaras...
Ahhh... Você e seus versos... Sua poesia... ... Não sou poeta... Não fui filósofo para você e não sei ser...
Nunca te pedi isso... Até a mente mais intelectualizada do mundo, as vezes tem mais sede de abraços eternizados e carícias inesgotáveis, do que conhecimento e troca de teoria... ... Escolhi que o amaria... Esperava que você entendesse, que longe dos meus versos, eu precisava apenas morar na sua eternidade de toques, de consumação, de homem, como pretendia ser seu habitat como mulher...
Porque me desejas?
Não sei... Não ouso explicar isso... Chego próxima a loucura quando tento e esse é um limite perigoso demais pra mim... Já sei bem brincar com minha mente.
...
...
...
E então?
Não sei.
Vivemos ou morremos?
E se ainda estivermos vivos? E se...
Você crê nessa possibilidade?
Se você crer comigo... Sim.
E então?
Não sei. Vamos esperar... Romeu se apressou... Perdeu uma grande oportunidade de ter para si o que perdera na eternidade.
Fato... Mas não fosse a astúcia de Julieta...
Ah não... Cessemos!
Importa que: Entre mortos e feridos, sempre se morre um pouco...
De onde você tira tanta imaginação?
Não sei... As vezes sonho, outras vezes invento... Outras vezes misturo sonho e invenção... O que sinto...
Vou sair, ok?
Ok... Vai lá...
Mais tarde eu volto.
Beleza...
...
...
...
...
In off

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ares de vida...

Então eu era uma menina e seus sonhos no lixo...
Era um dia inteiro no fluxo de uma cidade conspirada, aparentemente perfeita, mas nua diante dos meus olhos... Não era possível me enganar mais... Não mais... mais... mais...
É... Foi trágico... Não é... Lembro-me... Meu coração ainda batia lentamente... Mas batia... Batia... ... Batia... E cada batida doía... Dói tanto. Quase que uma surra de vara verde... Uma batida atrás da outra.
E assim doendo, ralentei meu coração até que ele batesse cada vez menos... Fui intolerante... Dessa vez, me determinei segurar o fluxo.
Você não entenderia, então decide que ficaria comigo e apenas comigo até ter sobre meu controle esse músculo perfurável e ritmado que era meu.
Eu só não poderia fazer merda de novo e teria meu controle para sempre.
Mas pensando bem, não se seria o bastante não fazer merda... Como já disse em outras falas... Não é difícil que almas como a minha quebrem a sua rotina e por conseguinte quebrem a cara também.
Violência é amar... O vice-versa... Tanto faz... Não me importo... Pelo menos não agora, que ainda sou de carne...
Vamos?
Prometo caminhar perto das gotas, poças, assim nos comunicaremos... E tomara que não nos sigam... E não nos vejam!
Ahh! Loucura minha, preocupar-me em ser vista... Não sou... A verdade é que com o tempo comecei a imaginar coisas... Como por exemplo, ser vista, amada, ouvida, importada, odiada... Não sou...
Então pra merda...
Não busco, buscar essa esperança que jogaram-me no lixo para me ver mendigar de novo um algo que deveria ser meu por merecimento de causa.
Éh! Juízes não entendem nada de amor e advogados mastigam corações...
Sem ser nenhum, nem outro eu me refugio nesses poucos versos para transbordar uma alma de esperança em coma.
Eu disse para não quererem nada mais de mim... Não leia isso tentando entender, ter pena... Leia se tiver saco pra ler... Leia se tiver doendo a mesma dor que doía, dói em mim. 
Pro inferno o que queira descobrir a mais de mim nas entrelinhas... Não me aloquei aqui propositalmente para ser lida... Escrevi-me para esvaziar de mim, o que tempo não me permitiu escancarar nos palcos outrora.
Não interpreto mais... É muito mais a descrição fenomenológica de um ser em agonia, pulsando seus últimos ares de vida.

domingo, 22 de maio de 2011

Mas não me lembro de ter fechado os olhos...

Não me lembro bem como aconteceram todas as coisas daquele momento, mas sei bem que aconteceram...
Não fosse bem me criatividade, talvez eu até ousasse colocar minhas mãos no fogo por essa verdade que conheço quando estou eu apenas comigo e ninguém mais.
Será que se perde o sentido da busca, depois de uma vida inteira buscando em meio a um redemoinho?
As vezes acredito nisso... As vezes penso nisso...
E vivo a busca de uma busca.
A rotina de uma alma como a minha acaba se quebrando por conta própria... Não preciso me esforçar para que isso venha a acontecer... Mas não me lembro de ter fechado os olhos...
Eu nem sei bem, o significado ao certo, mas foi o que gravei de uma noite, o que talvez seja um sonho...
Vi-me vestida de branco, cabelos soltos a cintura, um cinturão, uma bainha dourada, botas, lágrimas...
Eu fugia de algo, com tanta pressa e tanta dor, no meio da lama, as vezes estava montada, em outras seguia a pé, ouvindo sua respiração ao meu alcance... Eu fugia, espada na  mão, pronta para qualquer batalha inesperada.
Vi-me de repente entrando em uma pequena casa, por fora um casebre velho, caindo os pedaços. Eu me escondia... Por dentro, um belo castelo cavalheiresco. Grandes pilastras de mármore, paredes aparentemente contidas de um doce mistério, invisível para alguns, mas ardente para outros corações como o meu.
Espada na mão, eu caminhei em direção ao centro e me vi limpa, cabelos trançados... Espada na mão... Chorava.
Encaramo-nos.
Sobre o altar vi seu corpo e seu sangue. Olhamo-nos demoradamente. Prostrei-me. Sobre o altar estende a espada... Não queria ferí-lo mais do que já se encontrava ferido. Coloquei sobre o altar minha espada, ao lado da taça e do pão.
Afastei-me e os vi transbordar... O sangue se derramava sobre minha espada... Lavava-a talvez...
"Pegue-a!" - Ouvi uma voz.
O que eu via porém sobre o altar no lugar de minha espada era um belo terço de pérolas... Um terço grande, que estava quente, mas que me dava prazer ao segurá-lo.
Prostrei-me.
Não me lembro bem o que acontecera depois e nem o significado que devo ter dado a tudo isso.
Ainda me intriga tudo isso... E bem...
Se é um sonho...
Não me lembro de ter fechado os olhos...

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Variável...

Eu apenas disse: Dalí! Acolá! Amanhã!
Não era preciso tanto, em fatos inconcebíveis de nada.
Em dias de chuva pareço ter o coração mais quente. Sorrímos e na verdade  é bem real.
Dávamos voltas na praça, caminhando sobre os ladrilhos escravos, anos antes colocados para marcar meus pequenos passos libertos. Pequenos passos libertos... Nem tão libertos assim.
Sorríamos...
"Olá!"
Essa sou eu, dentro de um vestido de contas, brincando na pracinha de casa sobre a supervisão nenhuma de ninguém. E quer palavras... E quer gestos...
Eu brincando, não tenho menos sinais ou mais que os que tenho agora.
Cresci assim, a vê-lo nesse estado insuportável de inércia, em que minha existência só se deu anos antes "dela" ter partido...  Ela? Ah sim...
Não me deixem esquecer... Ela, minha genitora.
Quero ressaltar aqui, que nem sempre as coisas foram assim. E pela forma como as coisas aconteceram, posso jurar que excesso de amor também destrói.
Ele a amava... Mas então nascemos... Contaram-me que eram felizes mesmo assim... E longos dias, anos, se passaram em que sorríamos...
"Mamãe", como ela gostava de ser chamada, cuidava muito bem de nós... Julgo ter sido feliz, em seus braços e cuidados...
Certa noite, a vi desfalecer, não havia médico ao alcance de nossas economias e por isso foi-nos chamada a curandeira.
Correram então por toda a casa.
Papai do lado de fora, aflito. Tropeçou em mim, quando viu passar a vasilha com panos sujos de sangue. A curandeira, pediu a vela. Trabalho feito... Meu irmão morto, mamãe quase sem vida, vela acesa.
"Enquanto essa chama estiver aí, ela vai ficar viva. Num posso fazer mais nada, fio."
Meu pai, não teve o cuidado de levar-me para vê-la. A queria para ele apenas. Já grande, eu soube me alimentar, vestir, conforme haviam me ensinado.
Foram dias assim,
Sem que eu visse a sombra dele direito e não cheirasse vida em nenhum dos dois mais. Vivi, enquanto ele vejetava.
Para não deixar que ela perecesse, quando a vela, já se ia quase acabando, ele trocava a chama de vela.
Ele não viu, que eu crescia. Me casei. Tive um filho. Aos poucos, deixei de visitá-lo, "senti que não era importante"
Passei a vê-lo pela janela apenas, contemplando uma vida de vela.
Todo dia, era só mais um dia. Vê-lo era questão de segurança. Eu o velava para ele velar a vela.
E passaram-se os dias, as velas foram uma a uma se acabando. E se acabaram. Eu o vi chorar, quando enfraquecida a chama acenou um brevíssimo adeus e como não bastasse, levou-o também.
Arrebentei a porta, abracei-o. Velei-o, enterrei-o.
...
...
...
Sentado, frente a vela de meu pai "herança psíquica paterna", contemplo-a.
Seja minha vida eterna, enquanto dure a chama...

sábado, 14 de maio de 2011

Eu... Capitu...

E antes então, me disseram da indecência de gostar de alguém assim.
E nesse momento, quero saber que se dane o que me disseram, eu não pedi para dizerem.
Estou hoje a caráter, vestida de eu... Digam-me o que quiserem, sejam inquietos, estejam assim, a beira de mim... Ess precipício todo de coisas eu inteiras e em pedaços, grandes e pequenos. Essa contradição que te mata, te devora.
A verdade é que se eu tivesse sido firme na minha fé desde o princípio, talvez hoje, fosse menos miserável...
E não fosse Capitu, mas apenas eu.
E agora me pego me perguntando, se essa Capitu em mim, não é mais eu do que eu gostaria que fosse.
Agora, não adiantará dizer "Sinto muito", as palavras e os gestos não voltam, eles ficam dançando na nossa frente como se fosse tudo que lhes restasse. Como se gostassem dessa tortura de serem ditas em pensamentos e reflexões todas as horas que ninguém precisa delas para serem ditas, ouvidas...
Eu... Capitu?
Eu fiz o que achava que era certo fazer e minha consciência dizia: "NÃO!"
Agora a escuto dizer que a deveria ter ouvido, mas penso, que se a tivesse ouvido, talvez hoje eu não soubesse o quanto é precioso para mim o... o... o seu...
Estão vendo?
As palavras nem saem mais da forma como eram. Será que me esqueci como se diz que o seu amor é meu? Será?
É doloroso isso... Me queima de um jeito... Me queima... Me queima... Queimo...
Sabe? É de se ver como sinto agora o que precisei buscar em terras distantes para sentir verdadeiramente o que tinha aqui do meu lado.
Desse meu lado... Desse meu gesto... Desse meu tempo... Desse... Desse...
Bem, estou aqui e qualquer coisa é melhor do que outra coisa.
Por favor, me perdoe...
Eu só precisei sentir isso, precisei ver isso, para saber que o que eu tinha me bastava... Não peço que você entenda... Não preciso ser entendida nesse momento... Só não me julgue... Isso doeu... dói em mim...
E estou um pouco morta...
Quase sem vida, esperando um sinal que seja, para escolher um rumo, que não seja o errado...
Sentir muito, não é nada e nem tudo agora. É só sentir mesmo pela necessidade de sentir e te darei um século para tentar adivinhar, o que fui, o que me tornei e porque me tornei, tornarei, o que tiver de vir a me tornar.
É... E assim me condenas: Eu... eu... Capitu... Capitu... Capitu...
...

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Possibilidades...

Vamos lá?
E você nem sabe o que significa e nem se importa em descobrir...
Palavra por palavra, estamos a disposição dos conceitos que nos couberem neste momento.
E dane-se a coerência... É só mais uma entre tantas.
Um circo armado... Com direito a cambalhotas, risadas extridentes, irritantes, desgostosas e prostituídas no gozo infernal das aparências.
Engano?
Quem sabe?
Nada se pode comprovar neste universo de possibilidades.
Em um dia palhaço, em outro bailarina, trapezista, domador, domado, etc..
São só papéis... E que papéis!!! Cada um deixando rastros, marcas...
Circo de horrores, aterrorizantemente sedutor. Deliciosamente sedutor.
Valsaremos então uma vida inteira e descobrirei nos últimos segundos quem sabe, que o que me frustra não é a falta de possibilidades, mas quem sabe o excesso delas.
Engano?
Quem sabe?
Nada se pode comprovar neste universo de possibilidades.
Eu sinceramente não pretendo... Ah não!! Não pretendo, não pretendia, não pretenderei, quem sabe... Esvaziar-me disso tudo...
Vou antes viajar nas asas do vento...
Ir e vir como onda do mar que se inquieta e vai e vem em teimosia.
Vou antes quem sabe, ser um sonho de alguém, um pensamento de outro, um pecado de aquém. Vou antes queimar-lhe um abraço, ferver-lhe o sangue, impacientar sua sexualidade, transar-lhe e sou capaz de jurar que posso fazer isso em um único sorriso.
Engano?
Quem sabe?
Nada se pode comprovar neste universo de possibilidades.
Aqui... Acolá... Uma menina de tranças, de fita, vestido e contas, estabelece as regras de que se servirá...
"Amarei a mim mesma, como ninguém nunca será capaz de amar." E esse será o meu melhor e pior amor... O meu primeiro... Serei tocada e apreciada num beijo de espelho, uma carícia de água embaixo do chuveiro, um elogio que se reflete e espera no espelho, uma flor que cheiro, um olhar que apreendo, uma palavra que escrevo, o meu gesto mais bonito...
Tudo do bom e do melhor para o meu eu amado...
Engano?
Quem sabe?
Nada se pode comprovar neste universo de possibilidades.
E onde estivermos...
E onde quisermos...
E quando nos precisarmos...
Estaremos lá, um para o outro eu de mim, conflito sem solução, irresistível, incapaz de coerência para não perder seus sabores e desabores.
Caça e caçador,
A proposta e seu ouvinte, senhor e escravo de si mesmo.
Engano?
Quem sabe?
Não se convém comprovar nada neste universo de possibilidades.
Convém apenas ser...
E ser já exige muito de quem dia a dia vai sendo...
E sabe que nunca é...

Valsa

Não gosto quando ela se aproxima assim... Mas sempre a recebo... Mesmo que não tenha vindo dessa vez a minha casa, parece que ela faz que...