segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Saudades do céu... (sessão desabafo)

Que bonito isso Anna... Saudades do céu...
Saudade de casa...
Já pensei nisso também e sempre reflito nessa ideia de um lar, onde estive e que vivo tentando incessantemente voltar, para sentir de novo as delícias que dele emanam.
O meu céu, no coração de Deus...
...
Faz algum tempo, eu escrevia e refletia sobre os meus irmãos, nascidos de outras mães e nossa busca incessante de retornar ao lar. E via a nossa marca, nosso sinal de nascença: A CRUZ DE CRISTO!
Fui refazendo essa ideia e entendendo tantas coisas e tantos caminhos entrelaçados na misericórdia e na divina providência, unicamente saciados por Jesus Eucarístico.
Percebe quantas coisas nos ligam e nos fazem ter todo o sentido mesmo tendo nos conhecido a tão pouco tempo?
Me vejo muito em vocês... Loucura? Não! Essa é a questão... Nossa semelhança em Cristo, nos permite ter gostos, gestos, anseios, medos, etc., por vezes muito parecidos.
As semelhanças começam então a ficar gritantes e mais e mais, sentimos uma irritabilidade santa e inquietante que se expressam em frases como: "Nossa! Não é mesmo?", "Então!", "Entendo...", "Eu também!".
Há dias, que nos sentamos para conversar com o outro, já sabendo que essa semelhança, talvez nos permita de alguma forma, nos ver naquela situação que nos intimida, como se nos olhássemos de fora.
Ai Anna (suspiro), bem são essas verdades agora, não é mesmo?
Divido com você a docilidade de uma saudade, a responsabilidade de uma direção, a necessidade de estar em algo que sabemos, mas não tocamos e ainda estamos tentando alcançar!
Sem entender, nos dividimos entre preces, desabafos, desafios, escritos... Fazemos o que é necessário! Extrapolamos nossa condição! O desfeche? Fica onde?
Não fica... Não cessamos nunca...
E tudo vai passando...
E tudo vamos sentindo...
A sensibilidade já nem pede licença para entrar...
Dói um riso...
Expremem-se as lágrimas...
E ainda estou aqui... Fazendo perguntas sem ter dado todas as respostas...
...
Sinto falta dele Anna...
Pronto! Caio na repetição!
Se me entedia falar disso? Não...
Me inquieta, me sufoca, enfurece, me deixa menos e mais... Várias intensidades!
Sim... Deve ser coisa de Anna isso também...
Essas... INTENSIDADES!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Inquietações... (Sessão desabafos)

Sabe Anna...
Dormi pensando no que conversamos e refletindo sobre o que você me falou no seu texto e mais uma vez, como todo o costume de Ana, pedindo respostas que talvez não consiga alcançar nesse momento.
As vezes queria que as respostas aparecessem alí, tão imediatas quanto as minhas angústias. Mas o que fazer?
Deus dá a graça! E nos faz sentir nele e de repente nos sentimos tão sós... Fazendo minha oração Ele completava: "Meu Espírito vai e vem como lhe aprouver. Se assim, foi com os santos e santas, que dirá de nós, pobres e fracos?" No entanto, observo que embora nos sintamos sós, não o estamos, pois Ele nos deixa aqueles com quem podemos dividir nossas instabilidades e até sentí-las juntos.
Procuro um lugar para repousar... Mas me vem no coração, que talvez ainda não o encontrei, porque não chega a hora de repousar... Há bem da verdade, sabemos que há tanto para se fazer e o que fazer?
Toda a minha angústia vai e vem. Reparo no entanto, que quando vai, não necessariamente me deixa e quando vem já encontra um certo recanto onde se deleita, abrindo mais as feridas que tenho.
Se são curáveis? As vezes, não sei... Se devem ser curadas? Isso me intriga.
...
As vezes paro e sinto tanta saudade das coisas que não tive...
Minha mente tem brincado comigo, fazendo-me ter saudades de sensações, de pessoas, de dias que nunca tive...
A beira da loucura, poderiam pensar alguns... Bem, isso não importa. Essa loucura de certa forma, me agrada.
Anna, seria isso tudo, sintoma da nossa humanidade?
Do que mais precisamos nos despojar?
Onde precisamos estar?
Estou em um busca quase heróica para encontrar o meu lugar e no meu lugar encontrar quem como eu assuma toda a missão de ser de Deus, acima de tudo.
As vezes me acomete a pressa e limitada me redobro em lágrimas...
Sim. O tempo tem passado...
Para muitos, o tempo tem sido favorável, pois nunca estão humanamente sós. Será?
Deus me dá alegrias e me dá pessoas, que me fazem pensar se sou eu realmente que estou só...
A bem da verdade, começo a entender, que não... Apenas a minha menina (aquela que permanece nos seus quatro a dez anos de idade), teima em querer, o que talvez ainda não esteja pronta para ter...
O tempo Deus dita!
A minha ansiedade, por vezes, ao tempo de Deus grita!
Como Ele responde?
Aquieta o teu coração, fica segura comigo, pois o que eu teu, te darei um dia, quando verdadeiramente tiverdes se deixado abandonar em mim...
Que abandono mais, Senhor?
E mais uma vez, levanta-se a angústia para inquietar-me...
Repare Anna, que quando uma questão se deita em mim, outra se levanta... Porque isso?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Certo dia, um certo sonho...

Quando as tardes são densas eu me sento na calçada e observo...
Quando os passos cessam, saio varrendo a calçada a procura de um amor.
Não ando encontrando nem mais ou menos o rastro e de uma forma estranha tenho sentido a solidão me cansando, desgastando cada pedacinho que produzo nos meus sonhos para dividir em algum momento com outro alguém...
Alí, eu fico...
E de repente uma voz ou outra vem me falar de como alguém também me procura.
Se eu não fosse como sou, talvez isso não me inquietasse tanto...
Mas dessa fala, ponho a imaginar meu amor em trapézios, fazendo mágicas e malabarismos, interpretando faustos e harlequinados e sempre olhando minuciosamente na platéia se eu poderia estar lá.
 
...
Certo dia... Eu achei que o via em algo como um sonho...
Haviam dois caminhos que se encontravam em um casebre velho, antigo, de portas de madeira e parede grossa e branca, com um jardim gasto pelo tempo, mas ainda assim, singularmente belo.
Eu estava só, mas você vinha na minha direção trazendo uma linda menina, vestindo um belo vestido de branco e que aparentava não ter mais que um ano de vida.
Ela segurava e brincava com um pequeno terço de pedras brancas na mão e você sorria como se ela fosse parte sua... 
E assim ela sorria pra mim. Assim ela veio para os meus braços... 
Você me deu a mão e juntos resolvemos caminhar o caminho que nos levava ao pequeno casebre.
Quando a porta se abriu diante de nós... A pequena se soltou dos meus braços e eu tive medo de perdê-la.
Você, no entanto, segurou minha mão, indicando-me que olhasse mais atentamente, ao que vi ela correr por um corredor. 
Me identifiquei dentro de uma belíssima igreja.
Havia muitas velas... 
O cálice reluzente sobre o altar e o corpo de Cristo resplandecente como nunca. A pequena se sentou perto do altar e sorria tão feliz, parecia entender melhor que eu tudo aquilo.
Você me convidou a chegar mais perto... Eu quis ir e chorava porque  pela primeira vez não temia estar só...
Nos ajoelhamos para rezar...
Me lembro depois de levantar, oferecer os braços a pequena para que pudêssemos voltar...
Mas nem você e nem ela queriam vir... 
Na verdade, queriam que eu ficasse...
Eu olhei para fora da igreja e não havia mais dois caminhos...
Apenas um, que se estreitava em alguns pontos e ficava largo em outros...
De fora, a igreja era uma casa simples, meio antiga, rústica, aconchegante, mas por dentro um castelo perfeitamente desenhado, com alguns detalhes em madeira, onde Jesus Eucarístico estava... 
E você comigo... 
E a pequena... 
E éramos tão felizes que quase não quis mais acordar...
As vezes me assusta o quão real eu sinto ser esse sonho...
As vezes me assuta o quão real é você que pareço conhecer e não vejo ainda...
Lá eu reconheço as suas manias, o seu jeito... Se eu vivesse no sonho, nem cobraria saber como é seu rosto, porque já sei saber você pela alegria que me traz ao me dar a mão simplesmente e me levar a Cristo tão sutilmente.
De alguma forma...
Mesmo sem saber...
Arrisco dizer que amo vocês...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Desafio...

Eu me desafio a viver melhor os meus dias... E não mais suportar qualquer palavra!
Me desafio enfrentar qualquer um que me queira menos do que Deus me fez para ser, porque eu sei que nada no mundo mudará o fato, o importante fato que Deus me ama mais e pode mais do que qualquer atitude hipócrita e covarde.
Eu me desafio a olhar para o céu, acima das nuvens e sentir o cheiro dos cuidados de Deus comigo!
Me desafio a dobrar os joelhos todos os dias e antes de pedir ser grata por cada coisa que Deus tem me dado...
Me desafio a abrir os olhos e enxergar Deus em todas as coisas, em cada gesto, objeto, rosto, lágrima, sorriso, palavra, sussurro, grito...
EU ME DESAFIO!
Me desafio a não ser mais a mesma e ainda assim manter a minha essência, tal como Deus a quis e a quer...
Me desafio a olhar nos seus olhos quando você me magoar e ter a coragem de dizer "Tudo bem", para mostrar como reagem os filhos de Deus contra as pedras, mau dizeres, mágoas...
Me desafio a ser mais do que ontem... A estar na medida certa... Nem mais e nem menos...
E se você quer saber ainda... Me desafio a rezar por todos os que me feriram e em cada oração, pedir a Deus que me dê a graça de amar-vos mais intensamente do que amo aqueles que me amam... Sabe porque?
Porque só o amor, pode ensinar a quem não sabe amar, como amar...
Eu me desafio a dobrar os joelhos e não olhar apenas para as minhas necessidades, mas para a necessidade do meu próximo...
Me desafio a amar incondicionalmente, sem medo e a ser mais do que a minha própria vontade...
Quantas vezes, você já fez isso?
Quantas vezes você foi capaz de se desafiar assim?
Se acha corajoso? Um herói?
Enfrentar os dragões quando eles estão fora da nossa pele é fácil... Difícil é encarar aqueles que estão dentro de nós...
Difícil é se olhar nos olhos e admitir cada erro, cada mágoa, cada dor, cada falta que cometemos...
Difícil é você se encarar no espelho, sabendo tudo o que poderia ter feito e não fez...
Isso é ser herói...
Isso é ter coragem...
Não venha me dizer das suas grandezas se você antes não tiver sido capaz de encarar as suas falhas, as suas misérias...
Senão tiver antes se humilhado, ter-se feito menor que todos os outros...
Se você ainda não foi capaz de fazer isso... Então não bata sua mão no peito para dizer isso!
Eu te desafio, a se desafiar antes, a se enfrentar, a ser menos...
Eu te desafio a ser pequeno, para ser grande...

Valsa

Não gosto quando ela se aproxima assim... Mas sempre a recebo... Mesmo que não tenha vindo dessa vez a minha casa, parece que ela faz que...