domingo, 28 de outubro de 2012

Algumas obras...

Nem ando dando conta de dizer tudo o que está aqui...
Uma parte boa de mim adormece e tudo que sai da minha boca as vezes são distorções de uma verdade que não me é apropriada!
Pode me dar a mão, e mesmo longe, permanecer assim comigo?
Adoro, quando não me sobra mais nada... Nada de mim mesma e ai vejo Ele no seu sorriso...
O que seria de mim então, não fosse o seu sorriso, discreto, que fingi não entender, não ver, quando sabe muito bem, que o que temos agora é tudo que construímos nesses anos... E um nada... Sim! Nada! Um espaço inteiro para o que poderemos ser, na opção de estarmos juntos!
Sabe quando você me conheceu?
Aposto, que as vezes, você se surpreende comigo e diz para si mesmo: "Puxa! É ela?"
Posso dizer a você, com todas as letras: Sou sim!
Uma forma minha lapidada!
A bem da verdade, aprendi que para ter é muitas vezes necessário deixar ir...
E quantas vezes você se foi?
Mas voltou para os mesmos braços, a mesma voz, a menina carente que sem julgar nada e por vezes de coração partida, o recebia de volta.
Nem eu... Nem eu, sei porque optei tantas vezes pela mesma história!
E acima de qualquer conceito humano, só posso me agarrar as conceituações de Deus e acreditar profundamente, que apesar de todos os nossos medos... Somos toda a obra de Suas mãos, feitos um para o outro!
Lamento muito, meu bem... Se minhas explicações estiverem sendo açucaradas demais... E se o que estou falando é assustador... Acredite você ou não... Sinto calafrios em cada vez que digo algo a respeito...
Mas o fato é que se eu não falar... Não serei eu!
Estou sempre a espera...
Nunca mudei uma parte de mim...
Apenas lapidei!
Estou esperando! E sabe as vezes que temo abrir os olhos e ver desmanchados os meus sonhos!
Quando isso acontece, grita mais alto a menina... E dá vontade de chorar! Arrumar uma solução rápida! O meu sintoma é a necessidade de concretude!
As promessas, eu já tive tantas na vida... Quase sempre, morri! E só Deus, para saber fazer de mim, algo menos nocivo, uma obra melhor da qual Ele pudesse fazer uso!
Te assusta, meu bem?
A mim também! Afinal, quem somos nós, para sermos tão certos de si mesmos?
Meu bem... Me dê a mão e pare de fingir pra você mesmo, que o seu medo é maior do que o que você sabe que sente!
Pare de mentir pra você mesmo, que não é o melhor, porque Deus não faz nada imperfeito e você é obra de Deus!
Pare de se tratar como se, não merecesse os carinhos de Deus para com você e não recuse o que Ele tem construído para ti, porque Ele tem um propósito!
Sabe meu bem, faz um tempinho, aprendi a não mendigar mais!
Não sei o que se passa na sua cabeça e minha intenção não é comovê-lo... Eu queria dizer, que estou sempre por aqui...
Não me importo, que ainda estejamos em obras...
Como diz um ditado: "A pressa é inimiga da perfeição"
Só não demore muito... Deixar uma estrutura exposta ao sol e a chuva por muito tempo, pode ocasionar problemas na construção e fazer desgastar tudo que já foi construído...                        

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Isso mesmo de ser só nós dois...

Comecei a andar sozinha...
Não sabia se conseguiria, mas comecei a andar sozinha...
Um passo de cada vez, bambeando em alguns momentos, mas comecei a andar sozinha...
Ai, que os dias me surpreendem... A moça-menina forte... Certa de si! Irrepreensível... Estava ali... Perto de si desfazendo a promessa de não mais ir... Sim... Assim estavam as promessas...
Estavam secas...
E eu que acreditei que não fosse acontecer, estava lá novamente...
Secas da sua ira, embebidas de um amor incontrolável! Coisa animalesca que não se dá nome!
Nomear espanta! Nomear assusta, dói, faz fugir... Não houveram cuidadores suficientes que a ensinassem ser amável... É arisca!
De um lado a outro, riscava a folha, aguardando algo que expressasse por mais superficial que fosse... Mas nada... Nada...
Nada além, que apenas ele não fosse capaz de saber, naquela pausa... Estava ali, o amor que ela nutria...
Mas se boicotava e dizia: "Não sei se me conheço o suficiente agora... E a parte de mim que era mais minha está nublada... Sem ver direito, ainda vou por aí... Um passo de cada vez, me dizem alguns..."
Mas nem todo o sentido dessas palavras podem ser suficientemente confortantes.

Um medo constante... Vontade incessante de ser algo para alguém...
No meio de todas as histórias, a história que mais se parece com a minha é a história de todo mundo e ninguém.
Nada parece fácil, o desgaste é mato! E ainda assim, estamos aqui! Porque?
É. Eu também não sei...
Mas me importa ser suficiente e ter o bastante que me possa dar... Não peço nada além!
Já me dei conta do meu bastante...
Minha carga é muita, mas posso dar conta da sua demanda também...
Estou criando caminhos e dando passos alternativos...
Eu não ando muito além...
Mas vamos meu bem?
Vamos, que a gente pode ir mais longe... Já decidi tanto, espero que se decida também...
Quanto a suficiência dessa história, apenas desejo continuar caminhando...
Não vamos nomear nada por enquanto!
Sabe que nesse ponto, os recém nascidos são muito espertos?
Eles apenas sentem! É o contato... Todo o contato que importa...
Mais tarde, apenas mais tarde é que as coisas se constroem e se intensificam... Não se solidificam, porque solidificar pode significar estagnar e isso não quero!
Quero continuar, todos os dias... Sendo eu hoje e um outro eu amanhã que caiba nessa história e não mereça represálias de ninguém.
Vamos meu bem?
Desse lado de cá, postei o sol para nós e umas tardes com cheiro de chuva e a brisa... Podemos ficar aqui e assistir juntos nessa aquarela natural feita a mão por Deus e que ganhamos de presente...
Vamos meu bem?
As vezes temo, não estar aqui amanhã, para te dar esses bons momentos e ter esses bons momentos contigo...
Quem nos fez e nos fez assim? Com todos esses anseios...
Toda essa sinestesia... Uma dose de sintonia...
Desenho simples, singelo de uma melodia, que vem contornando o meu seio, experimentando meu dorso, espalhando-se em meu cabelos e lábios para esconder-me nos seus olhos...
Se me perguntarem, prometo dizer que não sei!
Prometo, quem sabe, fazer mistério, escandalizar dizendo esquecer...
Prometo, no entanto, saber dentro de mim, toda essa sintonia...
Guardar nosso processo surreal de ser...
Prometo apenas ser, enquanto me for permitida essa vontade... Essa coisa...
Esse toque...
Isso mesmo de ser só nós dois...

Valsa

Não gosto quando ela se aproxima assim... Mas sempre a recebo... Mesmo que não tenha vindo dessa vez a minha casa, parece que ela faz que...