segunda-feira, 20 de março de 2017

Sobre o amor e a água

Uma vez, ouvi dizer que os indianos têm o casamento como a água que ainda vai ser levada ao fogo. Quando se conhecem, revelam que o amor é para eles como aquela água preparada dentro de uma vasilha que ainda será levada ao fogo, portanto, frio...
A medida que a vasilha passa pela chama e se aquece, a água contida nela, também vai esquentando, e segue assim, até ferver...
Para os indianos, com o amor não seria diferente...
O amor pelo outro, começa frio, e ganha calor até ferver à medida que se vai conhecendo o parceiro com quem você pretende viver.
O amor, nessa visão, é uma construção, uma permissão...
Me permito conhecer e me deixar conhecer até que cheguemos no ponto de entender o quanto precisamos dessa "parceria" que vai acontecendo ao longo do convívio.
Bem...
Quem sou eu para falar de amor, né?
Quem sou eu...
Mas, arrisco...
Nós, ocidentais, seguindo a lógica indiana, damos início as nossas relações, quase sempre, já a ponto de ebulir. Com o tempo, nos esquecemos do que mantinha o amor nesse ponto e o tiramos da chama, com atitudes, gestos e palavras que podem levar a relação a graus negativos, congelando inclusive o coração dos amantes, antes tão apaixonados.
Frios, muitas vezes, nos esquecemos, o que é o amor e como é bom ser amado.
A confusão é tanta...
O medo é tão intenso, que você começa a crer que é melhor estar como está...
É melhor, não se dar o "trabalho".
O que eu penso hoje?
O amor é um exercício contínuo de todas as expressões esquecidas de algum lugar perdido na infância, aonde podíamos ser, zelar e ceder, sem esperar nada mais em troca.
O amor é a simplicidade, a humildade, as pequenas coisas que vão florescendo e que a maioria se quer, percebe, como aquelas boas conversas, que a gente por descaso, acaba jogando fora...
O amor é uma troca justa, mesmo quando de um lado só há lágrimas e do outro um sorriso que tem raiz dentro do peito.
O amor é um passo, em direção ao desconhecido ao lado de alguém disposto, que caminha descalço os mesmos passos que você.
O amor é a água limpa e cristalina que eu carrego no peito, mesmo não a sentido quente, porém certa, de que em alguma hora, uma chama acenda e aos poucos, quem sabe, comece a se aquecer.
O amor é um sono leve e seguro, encostado no peito de alguém, mesmo quando não está perto, mas se pode imaginar.
O amor é uma conexão, que você não faz ideia de como, quando ou porque começou, mas não se importa, porque tem algo mais que te prende ali.
O amor... Sabe aqueles dias de chuva e de sol? Sim!
E também instantes de coisas que pensamos que não tem nada a ver.
Eu sei que não parece muito, eu sei que olhando de coração fechado, tudo isso é besteira.
Mas, para ver o amor, as vezes, se tem que fechar os olhos, abrir bem o peito e correr o risco de riscar estradas inteiras, nem que seja a base de giz de cera.
O amor não custa.
É pequeno e grande...
Não segue moldes, cabe e se adéqua, se adapta, rege e governa...
Sua ausência escurece...
Por essas e outras, mesmo ainda não tendo chegado a hora de começar a ferver, eu guardo a minha fonte, minha água...
É que, deserto como têm sido os dias e as pessoas na atualidade, é sempre bom ter o peito encharcado e vez ou outra...
Simplesmente...
Deixar-me...
Correr...


domingo, 5 de março de 2017

Dia da Anna...

Mãe... Eu fiz um laço... E é rico!
Tenta tantas preciosidades!
Anna, eu não poderia deixar de vir aqui para agradecer pelo dom da sua vida.
Agradecer pelo dia que Deus permitiu a você, vir nesse mundo, para ser outro pedaço meu que se espalhou por aí.
Sim, Anna!
Nossas semelhanças, são tantas, que às vezes me vejo como sendo apenas mais um retalho de uma grande obra, que volta e meia encontra as outras partes e se costura nelas, para dar conta dessa missão, de estar aqui e não pertencer a essas terras...
Eu, me vejo estrangeira! E ser assim, com uma estrangeira de coração gigantesco como o seu, firma meus passos, rumo ao céu!
Sua amizade é fácil... Tem gosto de céu... Tem o calor do sopro dos anjos!
Quando vim pra cá, perdi tanto... Difícil aprender a andar, depois de tantas quedas... As vértebras não correspondem como gostaria. Mas Deus na sua infinita bondade me presenteia com uma irmã!
Como isso é maravilhoso!
Quantas vezes nos vimos?
Quantas??
E é engraçado, que toda vez que estamos partilhando, me vejo em Cachoeira, sentada na varanda daquela casa que ficava no alto, olhando pra gruta e vendo por trás dela, os trilhos e um pouco dos montes...
Faz tanto tempo isso...
Mas é uma lembrança tão próxima, que tem até cheiro... Cheiro da umidade daquele lugar... E as marcas de terra num all star velho...
Anna, obrigada!
Obrigada por essa amizade!
Hoje, no seu dia, agradeço à Deus, por ter me dado uma Anna!
Essa que eu posso olhar e me ver, porque eu sei que dói, ri, ama, solidariza, partilha, como eu...
Que coisa mais linda!!
Obrigada Anna!
Feliz aniversário!!

Valsa

Não gosto quando ela se aproxima assim... Mas sempre a recebo... Mesmo que não tenha vindo dessa vez a minha casa, parece que ela faz que...