segunda-feira, 14 de maio de 2012

Coisas do entre mundos...

- Vou embora...
- Para onde?
- Para o lugar dos meus sonhos... Onde estão os meus planos... O que eu plantei e ninguem viu...
- Esse lugar que ninguém sabe e onde realizo todos os meus desejos...
- Eu não sou ali, nem mais e nem menos humana...
- É indolor...
- E o cheiro?
- Ah... É agradável... Não há descrição!
- Vais partir então?
- Sim...
- Para onde?
- Para a terra dos meus sonhos...
- E vais partir só?
- E porque deixar-te conhecer meu mundo?
- E queres ir assim então, sem se despedir?
- De que? De quem me despedirei?
- Não estive na sua vida...
- Estive no meu e agora ele está pronto, posso ir sem medo...
- Põe o seu mundo pra fora menina!
- Não!
- Egoísta... Nem queres dividir nada...
- Não! Dá-me motivos para assim querer...
- O que tem no seu mundo?
- Tem eu, uns contos, Deus, meu anjo da guarda, algumas flores, campo aberta e montanhas glamourosas, meu chalé, a cadeira de balanço, uma biblioteca e meu piano...
- E nada disso queres dividir?
- Porque dividiria?
- Olha, pensa bem... Eu queria conhecer seu mundo...
- E o suportaria?
- Deixa-me tentar?
- Os portões sempre estiveram abertos... Mas cuidado onde pisas...
- Porque?
- Coloquei entre as flores algumas armadilhas...
- Não desejas visitante então!
- Os portões sempre estiveram abertos!
- Mas e as armadilhas?
- Vieram depois, quando eu soube que meu mundo era insuportável para muitos... Convidei muitos... Mas quebram as flores... Quebraram minha fonte... Demorei anos para fazer pulsar de novo... ele...
- Quem?
- Um coração... Ainda funciona meio quebradiço, não sente mais por outros, mas pulsa e quando pulsa, faz-me ir ao meu mundo, ficar lá, morar lá, ser de lá e acreditar que nada sou daqui.
- És fria?
- Não. Quimera... Um ser lá e cá, entre as montanhas e prejuízos causadas por outras vidas a minha vida. Esse resultado que ninguém mais quis. Essa experiência rejeitada...
- Eu te queria, todo prejuízo pra mim... Experiência rejeitada, eu te aceito assim...
- E as minhas feras?
- Elas também...
- Essas coisas que a poesia faz... Dão lugar até as feras...
- E ainda vais partir?
- Vou... Não tenho motivos pra querer ficar longe...
- Então porque vai? Pare de jogar a culpa em mim, no outro, me você... Se não quer mais minha cia, apenas assuma isso... Eu saberei sofrer sua ausência, mas saberei respeitá-la... Saberei doer as coisas q ñ teremos, aquelas q planejamos... Se tiver de ir vá, mas ñ olhe mais para trás... Não me permito ser visto em prantos...
- Acreditaria se eu te dissesse que me criaram para ser sozinha?
- Não! Mas acreditaria se me dissesse que tem medo de ter alguém... Acreditaria se me dissesse, que pra você é mais fácil não ter, porque aí não pode perder...
- Não existem perdas, quando em comum acordo decidimos não perder... Mas enfim, quem sou eu para dizer... Ainda assim, vou!
- Vou contigo?
- Se queres vem, mas não me responsabilizo pelo que terás de enfrentar...
- Não me importo, só deixa-me ir... Eu também sei matar dragões...
- E lá o problema é matar?
- Não?
- Não!
- Qual então?
- É olhar nos olhos... Nos olhos do dragão... Consegue?
- Morro antes, se o tiver de fazer...
- Entra então

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