terça-feira, 8 de setembro de 2009

“A claridade da nossa memória brinca todos os dias com nossos brios”

Você pensa no que fez ou no que poderia ter feito.
Pensa em voltar ao passado e mudar suas decisões.
Você gostaria que Deus lhe desse essa chance de voltar e reza para que acorde uma manhã e tudo tenha voltado exatamente aquele dia que você cometeu algum erro.
Falou algo que machucou alguém...
Ou simplesmente não disse algo que poderia ter ajudado esse mesmo alguém ou outro alguém qualquer ou não na sua vida...
Pensamos nos gestos: “Aqueles que faltaram, os que nunca existiram por tanto jamais sobrariam”.
Eu daria tudo agora, pra saber o que acontece com a vida que ela resolve fazer isso comigo. Escraviza-me no meu nada, nas minhas palavras, nos meus gestos e agora nas minhas lembranças.
Cada vez que volto a ela, “a minha memória”, ela me insulta. Para ela muitas vezes sou covarde. Em outras eu me expus demais. Nunca é o bastante pra ela. E nesse momento, quando penso nisso tudo, chego a um ponto obscuro demais. Começo a questionar a minha existência. Dói tanto pensar nela.
As vezes acontecem coisas que me fazem pensar que atrapalho a vida das pessoas que amo. Parece que não sou o suficiente para eles e para mim mesma. Todas as coisas de vida começam a me atormentar incessantemente. Exigindo de mim uma resposta, para todas as perguntas:
Quem sou eu?
Qual é o meu sentido aqui?
O que eu sou para os outros?
O que sou para mim?
Vou parar por aqui, antes que comece a me detestar e isso eu não posso. Tenho que me desvendar antes.
...

Agora que os meus passos são meus e que não há qualquer chance de ser e de estar, ela bate na minha porta. Como quem não quer nada, uma batida no declive, trinta quatro dias de agonia, um suspiro e a. Morte.
Ela chega silenciosa, ágil e voraz. Não há quem não pare diante dela. Não há quem doa diante dela. Todos os amores surgem mesmo aqueles que se acreditavam não existir. Eles vêm acompanhados de lágrimas...
E num momento tudo para e tudo gira...
Tudo se acaba e se inicia de forma tão desalinhada. Não há resposta, apenas perguntas. E nem as perguntas são seguras...
São atrevidas... Inertes... Não há muito o que dizer sobre isso e tanta coisa simultaneamente.
Sabe-se a verdade sobre os fatos. Temos as provas. Está ali o contrato. As testemunhas, o réu e até o Juiz. Dado a sentença, ele também ampara os órfãos e a viúva. E mesmo quando ela chora, mesmo quando se está degustando o amargo dessas cenas...
“Aquieta-te!! Daqui pra frente será apenas Eu e ele. Não me esquecerei...”
Por: Ana Greice

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