quarta-feira, 16 de setembro de 2009

“Sendo ausência, doce ou amarga, não importa. Que seja ausência enquanto eu dure e não o outro.”

“Não se vence pelo outro. Vence-se pela necessidade de se vencer sozinho.”
Só um homem venceu pelo outro. Só um homem, amou plenamente. Só um, entre tantos que diziam amar, conheceu e viveu realmente o amor. Ensinou amor, pensou o amor, sorriu o amor, entregou-se amor. Doeu-se amor e venceu amor.
Quem de asas tocar o chão? Será insulto agora, que tenho asas, que toco o véu do céu. Que sei que vôo...
Ouvi dizer, que somos todos pássaros. Isso me confortou muito. De dia em dia, vou a beira do ninho. Inspiro o ar de fora. Assemelho-me aos ventos que me sopram. Expiro. Volto.
Não me falta coragem. Essa eu sempre tive e com ela um desejo enorme de mergulhar vento a dentro. Falta-me saber que sei que posso.
“Ouvir o vento bater no meu rosto como resposta aos meus questionamentos insensatos e esta exatidão de palavras mórbidas.
Engraçado o tempo que de tempos em tempos me consome. E restaura-me, porque não lhe resta nada a não ser isso...”
Somos todos pássaros. Sei e concordo.
Sendo pássaros devemos voar. Ter asas e estar no chão é o mesmo que não ter asas. O problema está em uma corda. Um fio magricela de buraco de agulha.
Amarrado aos nossos pés, ela nos tortura. Aprendemos a voar. Sabemos como toda a técnica funciona. ERA DE NOS LANÇAR!! Tomamos pulso. Abrindo o peito e depois as asas, cabeça erguida... Aff... Erguida demais para quem em alguns segundos, estando um pouco fora do ninho e sentindo encostar-se na liberdade, é puxado para trás pela maldita corda.
Sabe-se sempre que vai voltar... Embora lute-se contra, a experiência é sempre a mesma. Fecha-se as asas...
O peito...
Diminui-se o pulso...
Abaixa-se a cabeça, enquanto nela, tudo se apaga. Nada faz sentido e tem-se a impressão de que nunca houve tentativa alguma de vôo. Por um instante a sensação é de que nunca nos afastaremos o suficiente do chão, do ninho ou da gaiola.
E eu... ainda sei que mereço voar. Tão alto como as águias.
Mas estava lá você. Cabeça erguida.
Segundo você, não precisamos de ninguém. Você é covarde comigo!! Você é arrogante, mesquinha, insensata!! Odeio tanto que amo. Amo tanto que odeio. Não devo deixar de amar, no entanto, mas também não posso permitir mais que me controle. É natureza. É lei, que se estabelece no meu novo curso. Na minha mente...
Penso nas coisas que penso por nós, enquanto você permanece nesse jogo, como se odiasse tanto quanto eu fazer parte de mim. Não estou mais vencendo por você. Não quero salvar você que me destrói, que é corda, peso, que não me deixa voar. Estou vencendo por mim. Que ando combatendo os anseios e os medos que você constrói enquanto durmo.
Não sinto mais doce nas suas palavras. Neste exato momento, enquanto todos dormem, olho-te, encaro-te e não tenho mais medo. Estás nua e as tuas palavras também...
Não que eu também, não esteja. Pelo contrário, acho que sempre estive. Mas sempre fui eu, em todos os instantes. Enquanto você se divertiu usando máscaras e máscaras. Eu... nua, vi, li e re-li as tuas verdades nas entrelinhas dos nossos passos e agora sei, que nua sou muito mais forte.
TRANSPARÊNCIA EM MIM. Eis a minha primeira verdade.
E as tuas?
Onde estão?
Por: Ana Greice

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