quinta-feira, 14 de abril de 2011

Folha em branco...

Hoje,
Só hoje,
Eu gostaria de dizer as coisas mais lindas do meu coração que pudessem ser traduzidas pela minha mente e externizadas em um papel em branco.
Mas hoje, sou eu o papel em branco.
Um depósito de atrocidades contra eu mesma.
O verso que os outros acham que podem escrever em mim, sem saber a repercussão desse verso. Sem saber a ferida que abrem as palavras em mim.
Em branco...
Uma folha em branco, frente e verso.
Espaço demais para se dizerem coisas inescupulosas contra mim.
Pessoas inescrupulosas demais para saberem filtrar melhor as palavras para poderem depositá-las nos outros.
Mas porque?
Porque pensar no mal que possa se estar fazendo ao outro?
Porque? Se esse mal não dói em mim?
E depois querem exigir, cobrar e se escandalizar com as faltas dos seus outros, outros...
Eu sei...
Não faz sentido.
Mas nunca vi, gostarem tanto de se fixar no que não tem sentido algum...
Ahh...
Antes que eu me esqueça... Você deve estar se perguntando: "Mas quem são os outros?"
Bem,
Os outros, são os que vivem fora de mim, nesse caso, mas que conseguiram ser interiorizados em mim pelo seu discurso hipócrita e que agora se repetem dentro de mim, cavando uma ferida profunda e cada vez mais estranha ao mundo dos mortais.
Os outros, nesse momento, podem ser os que leêm esse discurso. 
Ou os que, ontem me abateram com a sua invencibilidade distorcida.
Estou farta!
E meu cansaço, já não pode mais ser escondido, como fazia antes, depositando-o apenas em versos.
Meu cansaço, anda violado, escancarado.
E se você me disser que não entende, vai estar mentindo e me obrigando a dizer a você o que sinto nas palavras que você quer ouvir. Um tanto sádico não?
Você sabe o que o outro sente e entende o que ele quer dizer quando diz com dificuldade... Mas prefere espremê-lo, para dizer de novo o que pode causar-lhe um infarto.
Carrasco de sentimentos,
Hoje, eu sou um folha em branco. Não penso em depositar nada.
Mas fique a vontade para depositar a docilidade negra de suas palavras, enquanto eu não existir como página virada...
 

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