terça-feira, 2 de agosto de 2011

Fatos... Fotos e Estúpidas verdades...

"... Mas havia em mim, uma estúpida verdade de que as coisas poderiam ser se eu realmente quisesse acreditar."
...
Tarde da noite... Livro a livro minha inexatidão caçava... Folha a folha, nas verdades concluídas de outras mentes, eu testava a sabedoria alheia em busca de uma resposta do tamanho de minha inquietação.
Não me couberam palavras naquele dia... Quando a atravessar a porta por sua acessível ignorância e arrebentar contra parede minha concentração.
Encaramo-nos. Vi-o caminhar na direção da escravaninha, permaneci em ataque, enquanto via-o buscar nas minhas coisas, nos meus livros... Talvez quem sabe... Sua sensatez.
Eu não quis dizer uma palavra e por um instante vi-o sentar-se no canto da escravaninha, como uma criança que se aconchegava no colo materno.
- E-eu... Eu q-quero saber t-tudo. - Disse, mantendo os olhos fixos entre os pés.
- Descanse primeiro... Isso não é bem um conto de fadas... É melho...
- Conte-me!! - Gritou.
...
- Eu já esperava por esse dia... -  Disse, voltando-me para uma velha poltrona verde musgo no meio da sala. Sentei-me, encarei-o e sem mais tardar comecei a falar o que ele queria saber. - Eu já tive sonhos maiores antes e você devia saber... Os sonhos batem até quase arrancar sangue, quando não nos dizem as palavras que queremos ouvir.
Dia e noite, eu busquei as desculpas necessárias para essa ocasião e sempre encontrei a desculpa perfeita para acreditar vinda de você mesmo...
Não brinque com minha inteligência!! Basta a mim, a permissão que me dou para isto!
Você não sabia o que viveria e pensou poder sobreviver a qualquer acidente injetável de amor. Mas não o meu...
Os fatos? Bem, houve um amor e era o meu...
As fotos? Bem, se ainda vivessem poderiam dizer mais do que essas empobrecidas palavras...
Quanto as verdades... Bem, ouso dizê-las estúpidas diante do importuno fim de um romance calejado...
Eu seria capaz de desejar a sua morte hoje, mas não é bem uma questão de capacidade, nem conceitos... É uma coisa de fim mesmo...
De coisa que vai e não volta mais... Não volta mesmo... Não volte...
Bastam-me os dias que não foram de verdade... Não na sua boca...
Não pretendi chegar a isso... Sempre suspeitei que esse romance tivesse algum suspiro, mas ele tem mesmo é incredulidade e esse é o único mal que alguém que vive de sonhos, pensamentos, palavras,
como eu... Não pode combater...
A incredulidade não!
- E você quer que eu creia nos seus duendes?!
- Não. Me bastava que cresse no nosso amor...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Valsa

Não gosto quando ela se aproxima assim... Mas sempre a recebo... Mesmo que não tenha vindo dessa vez a minha casa, parece que ela faz que...