quarta-feira, 25 de julho de 2012

Todos os mitos...

Bem aqui... É que estou agora...
E uma parte disso, deixa-me para trás indo sempre a frente sem medo mais...
Destroços espalhados por todos os cantos...
O que vem sobrando ainda é forte, mas precisa morrer, para vir de novo mais invicta!
Toda eu de novo, adormecida em cinzas... Não pretendo mais...
E me vejo eu antes e eu agora, num confronto sublime... Eras que se misturam e se concertam e se destroem... Se marcam...
Se vão...
Que tempestade essa se formando em mim?
Você tem poder para aplacá-la?
Tem forças para mante-la apenas em mim?
Que temporal agora...
Instalada está a paranoia... E a quero de volta... 
Velha Ana... Devolva-me!
Eu quero aquela menina de volta... 
Aquela, que quando as coisas batiam, a couraça era tão forte que não deixava doer tanto...
Mas agora? Agora... Eu não tenho as respostas que você procura...
E não tenho o que você almeja, porque não aprendi a ter...
Se quero? Claro, porque não?
Mas não estou pronta... E ambas as partes de mim, concordam que temos que partir...
Se vai doer?
Não tenho dúvidas, mas arrisco-me no que é preciso!
E se me odiar... Tem o seu direito...
Mas além disso, não posso!
Retiro-me então...
Mochila nas costas...
Palavras entaladas na garganta...
Uma gota de mim desdenhada no chão... Passe por cima... Nem isso de mim, merece atenção...
Viajante...
Lá se vai, mala nas costas... Não ouso olhar para trás...
A hora chega em que optarei por mim e apenas por mim...
Elevação do meu egocentrismo?
Use o que quiser para doer menos por mim... Para justificar o injustificável...
Eu deveria querer ficar, mas não posso... Tenho que ir!
Recolher-me outra vez no meu mundo e só ficar ali, em qualquer parte de mim que me cabe melhor que em qualquer parte do mundo todo...
E no fim das contas, só quero dizer...
Não é você!
Sou eu, sentindo que não tenho direito de ficar...
A alma viajante não escolhe ser assim...
Ela não se prende por muito tempo a um lugar, porque sabe que se ficar, pode sufocar!
A demanda é grande e agora vejo... Não apenas em mim, mas também em ti...
E não sei ser mais do que isso...
Daria tudo para não ser... Mas sou...
É incontrolável essa liberdade sintomática...
Preciso ir... E ainda permanecer aqui, em qualquer parte que escolher que eu fique em ti...
Já tarde... Escuto a voz do vento chamar-me...
Outros, como eu, já partem...
Queremos o centro...
O desconhecido...
O grotesco...
O dolorido...
Todos os nascidos Orfeu, caminhando sobre a terra, cantam sua canção para curar...
E nasce de novo aí, a contradição!
E nasci para isso!
Fica para vós, um pouco do que pude ser... Guarda!
É raro que eu me perca assim e me permita ser um pouco mais do que o que estabeleci em minhas fronteiras...
Sigo em canto...
Para onde vou?
Onde nascem as ondas...
Aponta o primeiro sol...
Morre a última lua...
Nascem todos os mitos...
E ecoam os gritos de outros como eu, nascidos Orfeu...

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