terça-feira, 10 de julho de 2012

Construções, portas de entrada e valsas...

Sabe...
Não posso mais apenas ver os pontos negativos dessa história...
Parte do que sou e toda a minha construção em si, deve-se a cada ponta de caminhada até aqui...
Ainda me construo, em cada coisa, cada pessoa... Não findei meu projeto de mim!
E nunca estarei pronta... Como desejei estar um dia...
Todo esse processo de construção é pleno!
Derrubo uma parede ali... Levanto outra... Planejo novos detalhes, esqueço-os e reinvento!
Ai... as manhãs de um construtor, nunca são iguais...
A pintura as vezes não agrada... O que fazer?
Recomeço!
Tinta nova! Novo designe... E se a parede está velha ou se tem problemas com infiltração é hora de fazer, o que vinha adiando por anos... Reconstrução!
No meu lar... Há um espaço de mim, que deixei para visitas!
Muitas são breves... Embora o meu desejo seja de que fiquem por mais tempo... 
Ali na frente, descubro que realmente não tinham de ficar... Tinham de seguir...
Passar apenas, com alguma lembrança boa ou não, para me ajudar nessa construção!
Outras, permanecem, eu querendo ou não!
Vassouras atrás da porta, não adiantam! Cansei de fazer isso e no fim aprendo que a melhor solução é devolver toda aquela atenção...
Nessas histórias de idas e vindas... Vi muitos "amores", morrerem de excesso de carinho...
Outros... 
Os amores mesmo... 
Vi morrerem por falta dele. E ficarem a míngua, em um desvão... 
Nunca são descartados... 
Sabe-se lá, o dia que o amor floresce...
Tudo nele é uma incógnita!
E amo isso!
Não planejo essa parte e é toda ela que dita a regra da casa...
O amor em seu excesso...
O amor em sua escassez...
Quando retornam as minhas visitas, abro sem esperar a campainha... O traço que fica... A memória do cheiro delas e suas construções já me dizem como ser, se as quero depressa ou não!
Um chá? Suco?
Bolachas por favor...
Conversamos sobre novas tinturas e espessuras... Queremos o novo, mas é difícil descartar o velho...
Por debaixo dos forros...
Entre as camadas de cimento e tijolos... Lá estão todos os corpos! Todas as almas... Caras... Máscaras... Perfis e perfis de uma vida inteira...
E desenhei meu salão para valsar, qualquer seja o repertório!
Pés de bailarina para isso! Sim, eu tenho!
Anos e anos... E sei dançar qualquer sentido... Estudo os passos alheios e semeio-os para mim, plantando-os em meu jardim, esperando a hora certa de colhê-los...
Quem me vê valsar sua música a primeira vez, dirá ter eu mesma a feito... Mas não!
Esse detalhe na casa é de minuciosa observação... Traço da família... Tanto eu menina, quanto eu moça, eu velha...
Aquelas todas, que você conhece em parte...
A dona da casa esperta, nunca mostra ao convidado todos os cantos da casa...
Há sempre um lugar seu... Que ele pode ver de longe!
Pisar lá?
Uma vez ou outra, rapidamente... Se for conveniente... Mas na maior parte do tempo...
Minha casa, caro leitor... Permanece de portas abertas... Se passar rápido por mim, nem me verá assim...
Se passar depressa também, não merece ver o que tem!
A cadência da valsa... Sou eu quem dito! Dançando sua música ou não...
Ai ai... E passamos de construção a portas de entrada e valsas...
Que coisa mais diversificada, a coisa toda de um construtor!

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