sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Isso mesmo de ser só nós dois...

Comecei a andar sozinha...
Não sabia se conseguiria, mas comecei a andar sozinha...
Um passo de cada vez, bambeando em alguns momentos, mas comecei a andar sozinha...
Ai, que os dias me surpreendem... A moça-menina forte... Certa de si! Irrepreensível... Estava ali... Perto de si desfazendo a promessa de não mais ir... Sim... Assim estavam as promessas...
Estavam secas...
E eu que acreditei que não fosse acontecer, estava lá novamente...
Secas da sua ira, embebidas de um amor incontrolável! Coisa animalesca que não se dá nome!
Nomear espanta! Nomear assusta, dói, faz fugir... Não houveram cuidadores suficientes que a ensinassem ser amável... É arisca!
De um lado a outro, riscava a folha, aguardando algo que expressasse por mais superficial que fosse... Mas nada... Nada...
Nada além, que apenas ele não fosse capaz de saber, naquela pausa... Estava ali, o amor que ela nutria...
Mas se boicotava e dizia: "Não sei se me conheço o suficiente agora... E a parte de mim que era mais minha está nublada... Sem ver direito, ainda vou por aí... Um passo de cada vez, me dizem alguns..."
Mas nem todo o sentido dessas palavras podem ser suficientemente confortantes.

Um medo constante... Vontade incessante de ser algo para alguém...
No meio de todas as histórias, a história que mais se parece com a minha é a história de todo mundo e ninguém.
Nada parece fácil, o desgaste é mato! E ainda assim, estamos aqui! Porque?
É. Eu também não sei...
Mas me importa ser suficiente e ter o bastante que me possa dar... Não peço nada além!
Já me dei conta do meu bastante...
Minha carga é muita, mas posso dar conta da sua demanda também...
Estou criando caminhos e dando passos alternativos...
Eu não ando muito além...
Mas vamos meu bem?
Vamos, que a gente pode ir mais longe... Já decidi tanto, espero que se decida também...
Quanto a suficiência dessa história, apenas desejo continuar caminhando...
Não vamos nomear nada por enquanto!
Sabe que nesse ponto, os recém nascidos são muito espertos?
Eles apenas sentem! É o contato... Todo o contato que importa...
Mais tarde, apenas mais tarde é que as coisas se constroem e se intensificam... Não se solidificam, porque solidificar pode significar estagnar e isso não quero!
Quero continuar, todos os dias... Sendo eu hoje e um outro eu amanhã que caiba nessa história e não mereça represálias de ninguém.
Vamos meu bem?
Desse lado de cá, postei o sol para nós e umas tardes com cheiro de chuva e a brisa... Podemos ficar aqui e assistir juntos nessa aquarela natural feita a mão por Deus e que ganhamos de presente...
Vamos meu bem?
As vezes temo, não estar aqui amanhã, para te dar esses bons momentos e ter esses bons momentos contigo...
Quem nos fez e nos fez assim? Com todos esses anseios...
Toda essa sinestesia... Uma dose de sintonia...
Desenho simples, singelo de uma melodia, que vem contornando o meu seio, experimentando meu dorso, espalhando-se em meu cabelos e lábios para esconder-me nos seus olhos...
Se me perguntarem, prometo dizer que não sei!
Prometo, quem sabe, fazer mistério, escandalizar dizendo esquecer...
Prometo, no entanto, saber dentro de mim, toda essa sintonia...
Guardar nosso processo surreal de ser...
Prometo apenas ser, enquanto me for permitida essa vontade... Essa coisa...
Esse toque...
Isso mesmo de ser só nós dois...

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