sábado, 5 de setembro de 2009

“Eu sou a própria máscara, sem verso, nem poesia, que me descreva satisfatoriamente.”


É madrugada.

é quase manhã...

É manhã.

e a manhã me embriaga...

É tarde.

mais tarde como sempre...

É noite.

e será noite, e permanecerá noite até que algum dia... Que algum dia venha e se debruce sobre os meus passos desconcertados na areia do deserto de todos, mas que apenas alguns vêem.

Eu não sei, se foi uma boa idéia abrir meus olhos um dia, para todas as coisas que eu não sou agora. Nem sei mais se é justo fazer isso comigo.

O bem da verdade, é que me sinto só e a busca para não me sentir assim, tem me sugado tanto. É como se eu fosse assombrado o tempo todo por mim mesmo.

O pior é que com o passar do tempo, vamos nos acostumando a essa tortura de não sabermos quem de fato somos e vamos transitando de um universo a outro, como se não fazer sentido algum, tivesse todo sentido.

Aí então, parece que é melhor ser vazio. É mais fácil e ele se torna então, nosso companheiro diário. Fica entre a alma e a pele. Por vezes dói na alma... Em outras fere a pele e nunca sai da mente e nunca se esquece, e nunca aquece, jamais se entrega... Nem possui bandeira branca. Ou morre de fato, ou mata-nos. Se morre em nós, leva-nos. Se mata-nos nós o levamos. E dizem ainda que o vazio não é nada.

Se o é, então é o nada mais persistente que conheço.

Por: Ana Greice

Um comentário:

  1. Se é madrugada,
    É noite.

    Se é manhã,
    É noite.

    Se é tarde,
    É noite.

    Se é noite,
    Não vejo estrelas...

    Vago pelo mundo
    No escuro da vida,
    Sem abrir os olhos...

    Fechei os olhos
    Para não ver o sangue,
    O sangue dos inocentes que é derramado pela luta do poder,
    O sangue daqueles que nada devem,
    Mas que morrem por ordem dos seus políticos.

    Fechei os olhos
    Para não ver quem me traía,
    Falsos amigos
    Falsos falsários,
    Me acariciava para tentar me matar depois...

    Fechei os olhos
    Para não ver a vida...
    Vida? Que vida?
    A vida de não ter onde morar,
    A vida de não ter onde comer,
    A vida de não ser amado,
    A vida de não poder amar...

    É manhã?
    Pra mim é noite...

    É sol?
    Pra mim é noite...

    É vida?
    Pra mim é morte...

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