segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Marcas...

Então, lá estava ela...
Escondida abaixo das marcas do tempo.
Estava tão clara, tão óbvia que escapou-me. Na verdade, eu olhava muito além para enxergar o que se escancarava na minha frente.
Nunca me enagnou. Eu sempre soube o que queria e embora fingisse não compreender, eu compreendia bem... E se fingi? Não era por medo... Era por coerência e juro que era quase insuportável ver passar aquela cena todos os dias.
Quanta delicadeza, poderiam pensar. Mas não, não era delicadeza. Eram as regras, banhadas em ouro refinado por uma comunidade de estranhos que me queriam bem. Queriam o meu bem? Desejavam ardentemente arrancá-lo de mim e entregá-lo para sacrifício em praça pública.
Réplica de um calvário.
Eu bem sei, que não vos cabem as minhas verdades, os meus devaneios. E ainda insisto em escrever doces amarguras em palavras pouco carameladas.
Leiam. Pode ser que consigam encontrar nesta teia as verdades que não são capazes de encontrar nas suas.
Tens medo?
E não é o homem fruto do medo experimentado? Ultrapassado, questionado, revalidado diante das leis que regem a moral comunitária?
Sejamos francos, não nos cabe odiar o medo, cabe a nós amá-lo, pois é ele que torna mais instigante a necessidade de se descobrir.
Sem medo, talvez não arriscássemos... E como se explicaria uma vida sem loucuras?
Não se explicaria... Vive-se pela necessidade de encarar o medo.
Você sabe me dizer o que vem amanhã?
É capaz de descrever com precisão o que o aguarda?
Do homem, no fim das contas restam apenas: Primeiramente, o medo e posteriormente suas marcas...

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