segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ares de vida...

Então eu era uma menina e seus sonhos no lixo...
Era um dia inteiro no fluxo de uma cidade conspirada, aparentemente perfeita, mas nua diante dos meus olhos... Não era possível me enganar mais... Não mais... mais... mais...
É... Foi trágico... Não é... Lembro-me... Meu coração ainda batia lentamente... Mas batia... Batia... ... Batia... E cada batida doía... Dói tanto. Quase que uma surra de vara verde... Uma batida atrás da outra.
E assim doendo, ralentei meu coração até que ele batesse cada vez menos... Fui intolerante... Dessa vez, me determinei segurar o fluxo.
Você não entenderia, então decide que ficaria comigo e apenas comigo até ter sobre meu controle esse músculo perfurável e ritmado que era meu.
Eu só não poderia fazer merda de novo e teria meu controle para sempre.
Mas pensando bem, não se seria o bastante não fazer merda... Como já disse em outras falas... Não é difícil que almas como a minha quebrem a sua rotina e por conseguinte quebrem a cara também.
Violência é amar... O vice-versa... Tanto faz... Não me importo... Pelo menos não agora, que ainda sou de carne...
Vamos?
Prometo caminhar perto das gotas, poças, assim nos comunicaremos... E tomara que não nos sigam... E não nos vejam!
Ahh! Loucura minha, preocupar-me em ser vista... Não sou... A verdade é que com o tempo comecei a imaginar coisas... Como por exemplo, ser vista, amada, ouvida, importada, odiada... Não sou...
Então pra merda...
Não busco, buscar essa esperança que jogaram-me no lixo para me ver mendigar de novo um algo que deveria ser meu por merecimento de causa.
Éh! Juízes não entendem nada de amor e advogados mastigam corações...
Sem ser nenhum, nem outro eu me refugio nesses poucos versos para transbordar uma alma de esperança em coma.
Eu disse para não quererem nada mais de mim... Não leia isso tentando entender, ter pena... Leia se tiver saco pra ler... Leia se tiver doendo a mesma dor que doía, dói em mim. 
Pro inferno o que queira descobrir a mais de mim nas entrelinhas... Não me aloquei aqui propositalmente para ser lida... Escrevi-me para esvaziar de mim, o que tempo não me permitiu escancarar nos palcos outrora.
Não interpreto mais... É muito mais a descrição fenomenológica de um ser em agonia, pulsando seus últimos ares de vida.

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