domingo, 22 de maio de 2011

Mas não me lembro de ter fechado os olhos...

Não me lembro bem como aconteceram todas as coisas daquele momento, mas sei bem que aconteceram...
Não fosse bem me criatividade, talvez eu até ousasse colocar minhas mãos no fogo por essa verdade que conheço quando estou eu apenas comigo e ninguém mais.
Será que se perde o sentido da busca, depois de uma vida inteira buscando em meio a um redemoinho?
As vezes acredito nisso... As vezes penso nisso...
E vivo a busca de uma busca.
A rotina de uma alma como a minha acaba se quebrando por conta própria... Não preciso me esforçar para que isso venha a acontecer... Mas não me lembro de ter fechado os olhos...
Eu nem sei bem, o significado ao certo, mas foi o que gravei de uma noite, o que talvez seja um sonho...
Vi-me vestida de branco, cabelos soltos a cintura, um cinturão, uma bainha dourada, botas, lágrimas...
Eu fugia de algo, com tanta pressa e tanta dor, no meio da lama, as vezes estava montada, em outras seguia a pé, ouvindo sua respiração ao meu alcance... Eu fugia, espada na  mão, pronta para qualquer batalha inesperada.
Vi-me de repente entrando em uma pequena casa, por fora um casebre velho, caindo os pedaços. Eu me escondia... Por dentro, um belo castelo cavalheiresco. Grandes pilastras de mármore, paredes aparentemente contidas de um doce mistério, invisível para alguns, mas ardente para outros corações como o meu.
Espada na mão, eu caminhei em direção ao centro e me vi limpa, cabelos trançados... Espada na mão... Chorava.
Encaramo-nos.
Sobre o altar vi seu corpo e seu sangue. Olhamo-nos demoradamente. Prostrei-me. Sobre o altar estende a espada... Não queria ferí-lo mais do que já se encontrava ferido. Coloquei sobre o altar minha espada, ao lado da taça e do pão.
Afastei-me e os vi transbordar... O sangue se derramava sobre minha espada... Lavava-a talvez...
"Pegue-a!" - Ouvi uma voz.
O que eu via porém sobre o altar no lugar de minha espada era um belo terço de pérolas... Um terço grande, que estava quente, mas que me dava prazer ao segurá-lo.
Prostrei-me.
Não me lembro bem o que acontecera depois e nem o significado que devo ter dado a tudo isso.
Ainda me intriga tudo isso... E bem...
Se é um sonho...
Não me lembro de ter fechado os olhos...

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