segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pós mortem...

Porque pretende me culpar agora?
Achei que você não sentiria tanto...
Quano eu existia... Você fingia que não e disseminou a sua ideia em mim.
Agora que não existo... 
Você me reconhece nos lugares que existe e não entende o que você mesma disseminou em mim.
Não faça luto de mim!! Não queime suas velas... Não me vele...
Fique feliz ao menos uma vez, por eu ter feito exatamente o que você quis... 
Deixei de existir...
...
Todos os dias, eu queria ser vista... Não como um espaço preenchido, mas como parte de algo que fosse bom...
Você me viu uma peça podre...
Que tipo de monstro, eu parecia a você?
Até o meu jeito de amar te machucava... 
Nem percebeu que me recusava no gesto mais simples, no meu direito de ser obra sua... 
Uma obra de vida.
Você gritava minha desobediência... Quis eu, neste último gesto provar que a obedecia, cumprindo sua sentença... 
Deixei de existir...
...
Eu não fui a sua melhor parte ou seu melhor gene... Eu fui apenas o lugar ocupado na casa...
O espaço que poderia estar vazio...
Os exageros...
As culpas...
O que você não queria...
Dói muito saber que para cumprir com a sua vontade... 
Deixei de existir...
...
Eu não era um exemplo clássico... Uma pessoa apresentável...
Não tive posses...
Não estive possessa... Era um vazio... Um buraco na sua pele... A distância e a discrepância...
Eu tive vontade de existir... Mas sobrevivi todos os dias como um peso enorme...
Agora você é capaz de recordar-me "existida" na sua vida, quando me fez pensar ser um peso enorme.
Eu queria existir, mas deixei...
Quando eu existi, os outros agiam como se eu não existisse.
Adiantei o processo...
E vejam que ironia...
Agora que não existo, querem viver como se eu existisse...

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