quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O que eu te fiz....

Tudo bem então...
Consegue se imaginar vendo seus sonhos se desmanchando como papel jogado na água?
Assim me vi esses dias...
Me acostumei a ter os planos em mãos e de repente isso...
O engraçado é ver como seus planos se parecem com os meus, quando já não fazemos planos juntos.
Você consegue dizer cada coisa que eu queria ouvir e ver em você que me deixaria realizada... E acho que é aí, que está a coisa que me fere.
Fica aquele sentimento de incompetência, quando olho para nossas vidas juntas tão separadas e quando as comparo as nossas vidas separadas tão juntas... 
E vem aquela inquietação, das coisas de Deus e todas as vezes que rezei, implorando por sua conversão, indignamente, mal tendo a minha...
Fica em mim, aquela voz insensata que se rasga em meio as novas descobertas, do ser solitário escravo de amores passados.
Em Deus, repouso agora... E toda a minha inquietação cessa num desejo ardente de que suas palavras não sejam mentiras, porque não é a mim que prestarás contas das tuas iniquidades, mas ao próprio Deus, quando Ele vos chamar, assim como eu...
Eu? Estarei lá, creio! Sabendo-me culpada de todas as minhas falhas... Todos os meus deslizes...
Hoje, não vim colocar aos pés da cruz, minhas virtudes ou dons, pois esses Deus já os têm, desde antes de mim, quando me resolveu dar vida no seio de minha mãe, adorável genitora.
Hoje, apresento aos pés de Tua cruz Senhor, as minhas faltas, falhas, iniquidades, as mágoas que eu causei e que permiti... As mentiras que disse para saciar o meu miserável ego... As vezes que me omiti, tendo conhecimento e discernimento sobre as coisas que meu Diviníssimo Senhor, me mostrara.
Quero mostrar Senhor, a peça medíocre que me tornei, quando quis desviar os meus olhos de Ti.
Não porque, acho belo... Mas porque quero mostrar, o nada... O vazio... A coisa negra que tentava romper minha alma e a de outro através da minha falta de amor ao Teu amor.
Quase perdida... Quase vencida... Quase morta eu estive... Mendigando escravizada e fazendo mendigar e escravizar a outro, a quem me dera para ensinar o amor salvívico...
Aquele amor, que um dia, descansando me perguntava: Sou eu o teu primeiro amor? 
E respondi: Não... - A que esperei perguntar, para continuar a dizer - É Cristo, o meu primeiro amor! Você me vem depois... - Coisa que não aconteceu...
Eu falhei Senhor... Não pude abraçá-lo, com as mesmas intenções que me pedias... Não consegui levá-lo a Vós, sem afastar-me.
Não consegui não julgá-lo e ensinar o verdadeiro amor, que só é possível em ti.
Senhor... Eu falhei! E a culpa me consome, porque eu poderia ter sido melhor...
E se ainda puder pedir algo... Peço-Vos, pela vida miseravelmente igual a minha, para a qual não fui exemplo... Ou pela qual não tive zelo... Aquela que deixas-Te aos meus cuidados, para cuidar Contigo, meu amado Senhor.
Senhor, os Teus dóceis caminhos, hoje me são incessantemente desejáveis... Poderei eu, aproximar-me de Vós, tendo tantas vezes, dado-lhe as costas?
Eu fui Teu espinho... Teus cravos nos pés e nas mãos... O peso exorbitante da cruz que castigava seus ombros... Fui aquela surra... Aquela escarrada certeira na sua face... Eu  fui o beijo de Judas... E permiti, que outro também o fosse.
Faz nascer óh Senhor, na minha vida pobre e na vida pobre a que relato neste texto, o desejo mais ardente, mais fiel e incorruptível de amar primeiro o Vosso amor...
Ele deverá vir primeiro! Antes de todas as coisas... Antes mesmo de mim... E possuir-me de tal forma, a que todos os que me virem, o vejam antes... Não por mim, que sou miserável e fraca... Mas por Vós, que me amaste primeiro!
Desprendida do mundo! E de mim, despojada! Assim desejo... Amar o sofrimento, a dor de ser cristã... Ser luz e sal nesse mundo... Olhar com olhos de ternura o cansaço e sorrir ao fim do dia, sabendo-Te em minha vida, como grandes amigos, inseparáveis...
Sabe Senhor... Os dias têm doído... Mas abraça-me e tudo ficará bem...

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