terça-feira, 29 de setembro de 2009
“Os monstros amam, sem saber como amam”
terça-feira, 22 de setembro de 2009
“(...) Engraçado o tempo que de tempos em tempos me consome. E restaura-me, porque não lhe resta nada, a não ser isso...”
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
“Sendo ausência, doce ou amarga, não importa. Que seja ausência enquanto eu dure e não o outro.”
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
“Aqueles que faltaram, os que nunca existiram por tanto jamais sobrariam...”
terça-feira, 8 de setembro de 2009
“A claridade da nossa memória brinca todos os dias com nossos brios”
Pensa em voltar ao passado e mudar suas decisões.
Você gostaria que Deus lhe desse essa chance de voltar e reza para que acorde uma manhã e tudo tenha voltado exatamente aquele dia que você cometeu algum erro.
Falou algo que machucou alguém...
Ou simplesmente não disse algo que poderia ter ajudado esse mesmo alguém ou outro alguém qualquer ou não na sua vida...
Pensamos nos gestos: “Aqueles que faltaram, os que nunca existiram por tanto jamais sobrariam”.
Eu daria tudo agora, pra saber o que acontece com a vida que ela resolve fazer isso comigo. Escraviza-me no meu nada, nas minhas palavras, nos meus gestos e agora nas minhas lembranças.
Cada vez que volto a ela, “a minha memória”, ela me insulta. Para ela muitas vezes sou covarde. Em outras eu me expus demais. Nunca é o bastante pra ela. E nesse momento, quando penso nisso tudo, chego a um ponto obscuro demais. Começo a questionar a minha existência. Dói tanto pensar nela.
As vezes acontecem coisas que me fazem pensar que atrapalho a vida das pessoas que amo. Parece que não sou o suficiente para eles e para mim mesma. Todas as coisas de vida começam a me atormentar incessantemente. Exigindo de mim uma resposta, para todas as perguntas:
Quem sou eu?
Qual é o meu sentido aqui?
O que eu sou para os outros?
O que sou para mim?
Vou parar por aqui, antes que comece a me detestar e isso eu não posso. Tenho que me desvendar antes.
...
Agora que os meus passos são meus e que não há qualquer chance de ser e de estar, ela bate na minha porta. Como quem não quer nada, uma batida no declive, trinta quatro dias de agonia, um suspiro e a. Morte.
Ela chega silenciosa, ágil e voraz. Não há quem não pare diante dela. Não há quem doa diante dela. Todos os amores surgem mesmo aqueles que se acreditavam não existir. Eles vêm acompanhados de lágrimas...
E num momento tudo para e tudo gira...
Tudo se acaba e se inicia de forma tão desalinhada. Não há resposta, apenas perguntas. E nem as perguntas são seguras...
São atrevidas... Inertes... Não há muito o que dizer sobre isso e tanta coisa simultaneamente.
Sabe-se a verdade sobre os fatos. Temos as provas. Está ali o contrato. As testemunhas, o réu e até o Juiz. Dado a sentença, ele também ampara os órfãos e a viúva. E mesmo quando ela chora, mesmo quando se está degustando o amargo dessas cenas...
“Aquieta-te!! Daqui pra frente será apenas Eu e ele. Não me esquecerei...”
Por: Ana Greice
domingo, 6 de setembro de 2009
“e vamos transitando de um universo a outro, como se não fazer sentido algum, tivesse todo sentido.”
Debruçado sobre a janela, o homem de traços fortes admirava a bela menina que brincava eu seu jardim... Não era sua... Nem a conhecia, mas temia por ela, esvaziava-se por ela, desejava tudo por ela, queimava-se por ela...
Bastou-lhe um sorriso, para que soubesse que ela assim permaneceria nele para sempre. Sem ser sua, a menina cresceu, traçou novas metas, saiu do seu jardim, para conhecer outro que a encantara permanentemente.
A menina sorriu. Mas seu sorriso não era e nunca seria do homem de traços fortes debruçado sobre a janela que a admirava... Sua alma gritou para que ela o ouvisse, mas a menina era feliz demais para ouvir os lamentos daquele homem. E então ele chorou, desinteressado da velha vidraça da janela em que tanto admirava a menina, ele sentou-se na velha mesa de sua humilde casa, diante de uma vela quase apagada, “herança de sua falecida esposa seca” e deixou que ela se tornasse seu único objeto de desejo. Se um dia ela se apagasse talvez ele também se apagasse.
A menina foi. O jardim morreu e o homem também.
Num belo dia, a menina passava pela antiga rua onde deleitou sua infância, olhou a pequena casa, sentiu seu cheiro inolvidável, mas tudo estava tão diferente, tudo estava tão cinza que ela não soube ao certo o que era e nem porque gritava tão alto em sua lembrança. Ela correu para janela da velha casa que só não pensou estar abandonada por perceber uma luz fraca, que insistia ultrapassar a vidraça empoeirada da janela...
A claridade da nossa memória brinca todos os dias com nossos brios. Ninguém escapa. Não há esconderijo. Mas vivemos sempre acreditando falsamente que podemos contornar.
Mentirmos para nós mesmos é tão comum e é o nosso mais alto grito de incompetência para conosco.
Cheguei em um ponto de puro egoísmo essencial. Talvez você não me compreenda. Mas nesse momento não posso esperar e nem contar com a sua compreensão. Até porque talvez a minha dor e tudo que me cerca não lhe interessem. Neste caso, faço bem em não vos esperar.
No entanto, caso você venha a sentir as mesmas coisas, não convêm fazê-lo esperar, por tanto, não o farei...
Como dizia, cheguei num ponto de puro egoísmo essencial, aliás para ser sincera não sei bem se é isso. Eu já disse anteriormente que não me compreendo e de fato não compreendo mesmo. Se quer saber, tenho um nó na minha mente. E me parece que quanto mais tento desfazê-lo, maior e mais forte este nó fica de forma que não sei mais as horas que estou sendo verdadeiramente humilde e as horas que estou usando de falsa modéstia.
Afinal de contas o que eu sou? Penso que sou uma vilã as vezes, pois muitas coisas que deveriam doer em mim, não doem. Eu confesso que não sei se é por falta de espaço dentro de mim, depois de estar sofrendo por tanta coisa que eu não sei.
Tenho também as vezes que acho que sou a mocinha da minha vida e que sou vítima das faltas de tantas coisas no mundo. No que vivo e no que transito.
Quem vê os meus risos, pensará talvez que seja plenamente feliz. A verdade, aquela mais pura. É que sorrio para os outros involuntariamente, quando o riso acaba penso no quanto fui idiota em rir e sinto nojo de mim por ter sorrido em quanto tantos a minha volta, aqueles que amo verdadeiramente, não podem sorrir. Eu só queria uma justificativa para isso. Afinal de contas se estou sorrindo quando deveria estar chorando com os meus, porque não consigo fazer isso?
Não é falta de dor!! Acabei de chegar a essa conclusão, pois enquanto falava , meu coração palpitou, queimou tão forte, pensei que fosse chorar, mas não consegui. E agora? Quem se comportaria assim, a vilã ou a mocinha?
Talvez eu seja esse equilíbrio insensato, de passos estreitos, tentando saber onde foi que me dividi e porque o fiz para ficar desse jeito. Eu não me lembro de ter desejado tal coisa. Lembrar-me? Não. Já não sei se é o correto a se fazer. Se voltar as minhas lembranças me fará descobrir que atuação tenho em minha vida, talvez seja melhor guardar isto a sete chaves.
É melhor transitar pelos mundos. E torcer para que minhas respostas estejam neles...
sábado, 5 de setembro de 2009
“Eu sou a própria máscara, sem verso, nem poesia, que me descreva satisfatoriamente.”
É madrugada.
é quase manhã...
É manhã.
e a manhã me embriaga...
É tarde.
mais tarde como sempre...
É noite.
e será noite, e permanecerá noite até que algum dia... Que algum dia venha e se debruce sobre os meus passos desconcertados na areia do deserto de todos, mas que apenas alguns vêem.
Eu não sei, se foi uma boa idéia abrir meus olhos um dia, para todas as coisas que eu não sou agora. Nem sei mais se é justo fazer isso comigo.
O bem da verdade, é que me sinto só e a busca para não me sentir assim, tem me sugado tanto. É como se eu fosse assombrado o tempo todo por mim mesmo.
O pior é que com o passar do tempo, vamos nos acostumando a essa tortura de não sabermos quem de fato somos e vamos transitando de um universo a outro, como se não fazer sentido algum, tivesse todo sentido.
Aí então, parece que é melhor ser vazio. É mais fácil e ele se torna então, nosso companheiro diário. Fica entre a alma e a pele. Por vezes dói na alma... Em outras fere a pele e nunca sai da mente e nunca se esquece, e nunca aquece, jamais se entrega... Nem possui bandeira branca. Ou morre de fato, ou mata-nos. Se morre em nós, leva-nos. Se mata-nos nós o levamos. E dizem ainda que o vazio não é nada.
Se o é, então é o nada mais persistente que conheço.
Por: Ana Greicesexta-feira, 4 de setembro de 2009
“todo mundo ouve, mas fingi que não por pura conveniência”
Eu e você, somos tão próximos e tão diferentes.
Na verdade, eu nunca pensei que chegasse nesse ponto um dia, pra falar mais do que a verdade, eu nunca pensei que pudesse acabar num conflito tão grande assim. Sem saber quem sou direito. Quais as minhas intenções comigo mesma.
O problema, é que são tantas coisas pra se pensar e tantos anseios, tantas loucuras, que fica difícil definir uma apenas para se solucionar. Eu precisava demais que tentasse pelo menos me ajudar a resolver isso, mas toda vez que estou de frente para o espelho, você fica ali, imóvel, esperando que eu me movimente para só então você se mover também.
Me divirto com a nossa loucura, mas estamos chegando num ponto crítico. Vivo num mundo que não compreende bem isso e então é perigoso. Sem contar que você foge sempre que preciso...
Eu choro e você não vê, porque eu não corro para frente do espelho. É doloroso demais, entende?
Eu tenho raiva e você só vem quando quer me fazer explodir, depois você some e então as pessoas, condenam a mim...
É a minha face que leva as bofetadas das pessoas que “NÓS”, amamos. São as minhas pernas, os meus braços e as minhas costas que suportam o peso da sua ignorância, da sua miserável incompatibilidade com o mundo e com a melodia que se toca nele!!
É o meu olhar... A minha palavra...
A minha pele e o meu vazio e o meu coração e... e...
Todas as coisas que você não sente, ou fingi que não senti por causa desse seu orgulho idiota!
Me fazendo passar por cima dos outros.
Eu não sei mais. Eu não compreendo nada de nós e isso me inclui mais do que você as vezes. Você que faz parte de mim!! Você que é meu grito! Você que nunca assume que sou eu.
Eu disse a todos que nunca usaria uma máscara. Não mudei. Eu não uso. Eu sou a própria máscara,
Sem verso.
Nem poesia.
Que me descreva satisfatoriamente.
Sem voz,
Sem luto,
Sem vida,
Sem mundo.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
"Hóspede em sonhos tão próximos dos meus..."
Logo agora, eu não sei mais...
O vazio as vezes me silencia e me faz gritar tão alto e tão estridente! É como um grito de vento no meio do deserto, “todo mundo ouve, mas fingi que não por pura conveniência”. Se alguém disser que ouviu, vão responder-lhe com toda certeza, antes mesmo de tentarem ouvir, que foi o calor do sol, que agora os perturba e faz com que comece a ouvir e ver coisas.
O problema é que as vezes o grito que se cala no meio do deserto é aquele que pode melhor avisar e esclarecer ao outro que ele está tão sujeito a ouvir os gritos no vento quanto aquele que já tenha ouvido.
Ninguém está mais, nem menos propício a esse sentimento maldito!! Que nos corta incessantemente. Então, porque se nega tanto, que se possa sentir sozinho no meio da multidão?
O ser humano é muito tardio... Já reparou isso? Chegamos sempre na hora da morte, pra dizer o que poderíamos ter feito... O que poderíamos ter falado... É tão difícil... Somos tardios demais. Porque não abraçamos e falamos o que queremos quando podemos? Por outro lado, se deixamos qualquer palavra sair, elas podem destruir os sonhos de outra... Os sonhos... O sonho... Já havia me esquecido dele. Mas acho que agora estou em condições de terminar o que comecei em páginas anteriores.
Onde estávamos mesmo? Ah! Sim, recordo-me que dizia que estava com um vestido rodado, vermelho sangue, parecia uma dama, mas chorava muito. Apesar de ter subido as escadas eu me encontrava na mesma sala de antes, era como se eu estivesse dentro de um espelho naquele momento.
A sala era escura, com pilastras de mármore largas. Eu tentei encontrar novamente a escada por onde havia subido, mas não conseguia. Então, ele apareceu. Era o mesmo monstro que havia me perseguido quando estava no terminal. Ele não mostrava o rosto, mas o reconheci pelas vestes, pelas mãos e também por um sentimento estranho, que me fazia pensar que já o conhecia de outros tempos.
Então ele veio se aproximando e por mais que eu tentasse me mover para não deixar que ele se aproximasse de mim, não conseguia. Minhas pernas não obedeciam aos comandos da minha mente. Ele sorriu pesadamente, e trouxe para mim uma taça de vinho, enquanto tomava a outra. Eu não queria tomar, queria ir embora. Lembro-me de chorar o tempo todo e me recusar a me aproximar dele, mas sentia que quanto mais me curvava, mais próxima estava dele.
Percebendo minha aflição, ele disse: “Não adianta chorar. Ele não pode vê-la, nem ouvi-la. Cuidei para que ele não nos atrapalha-se desta vez.” Quando ele disse isso, eu confesso que não compreendi bem, pois não sabe a quem ele se referia.
Ele notou que eu não havia compreendido então me mostrou numa breve visão, um quarto escuro, iluminado apenas por duas velas e o reflexo das mesmas em uma espada magnífica. O dono da espada, um jovem robusto, vestido de branco, cujo rosto eu não podia ver, mas só aquela presença me era tão familiar, que ao perceber que o jovem estava num caixão, me desesperei. Eu não sabia quem era, mas parecia ter todo sentido da minha vida e que minha mente havia apagado.
“Viu? - dizia o monstro sorrindo miseravelmente – Ele não pode te ver, nem ouvir suas lágrimas. E agora, o que você pretende fazer?”. Dizia ele, acariciando meu rosto. Eu tentava me afastar daquelas mãos frias e fétidas, mas meu corpo não me obedecia.
A taça de vinho caiu no chão e molhou nosso pés, ele se irritou comigo e tentou se aproximar novamente para roubar-me um beijo. Eu tentei me afastar, mas vi-me desfalecendo e de repente a sombra do capuz do sobre tudo que ele usava, foi cobrindo meu rosto. Eu não conseguia ouvir meu coração, apenas a minha respiração ofegante, após uma luta inútil na tentativa de fazer meu corpo reagir segundo a minha vontade. Ele foi se aproximando... Eu pude sentir a frieza de sua pele, já quase tocando a minha.
Uma mão na minha cintura... Outra acariciando minha face...
Minhas mãos sem vida... Sem força... Sem comando...
Minhas lágrimas tocando o chão...
O vinho, sob nossos pés e um!...
Suspiro.
Valsa
Não gosto quando ela se aproxima assim... Mas sempre a recebo... Mesmo que não tenha vindo dessa vez a minha casa, parece que ela faz que...
-
Era interessante vê-la... Sempre calçando as mesmas meias amareladas, sentada na cadeira, pensando, repensando, refletindo se do outro la...
-
De tudo, que eu poderia ter ganhado de bom nessa vida, ganhei você! De todo o amor que pudesse ter nesse mundo, ganhei o seu! Do olhar ...